Política

PF afirma que negociações para Lula se entregar ainda 'prosseguem'

Agentes não falam em definição sobre prisão do petista, apesar da chance de ex-presidente se entregar após ato em memória de Marisa

PF afirma que negociações para Lula se entregar ainda ‘prosseguem’ PF afirma que negociações para Lula se entregar ainda ‘prosseguem’ PF afirma que negociações para Lula se entregar ainda ‘prosseguem’ PF afirma que negociações para Lula se entregar ainda ‘prosseguem’
Foto: Estadão Conteúdo
Foto: Estadão Conteúdo

As negociações da Polícia Federal com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda ‘seguem’ na manhã deste sábado (7), segundo a Superintendência do órgão em Curitiba.

Os agentes na capital paranaense ainda não falam em definição sobre a prisão do petista, apesar de o noticiário dando conta de que Lula pode se entregar após a ato em memória da ex-primeira-dama Marisa Letícia, em São Bernardo do Campo (SP).

Lula está dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo — uma espécie de “QG” do PT, que está rodeado de simpatizantes e militantes do partido.

Existe a possibilidade de que uma aeronave da Polícia Federal chegue ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para conduzir Lula até Curitiba. Outra possibilidade é o ex-presidente viajar em um avião particular, sem a logomarca da PF.

Ajustes da PF

Desde as 17h01 de sexta-feira (6), quando venceu a “oportunidade” dada pelo juiz federal Sérgio Moro ao ex-presidente para se apresentar voluntariamente em Curitiba, berço da Operação Lava Jato, e iniciar cumprimento de pena de 12 anos e um mês no caso do triplex do Guarujá (SP), a Polícia Federal pode cumprir a qualquer momento o decreto de prisão.

Anexado no processo pelo juiz da 13.ª Vara Federal às 17h50 de quinta-feira, minutos depois da confirmação da condenação definitiva em segunda instância no caso triplex do Guarujá (SP), pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), a ordem expressa foi: “expeçam-se (…) os mandados de prisão para execução das penas contra José Adelmário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Luiz Inácio Lula da Silva”.

É com esse mandado que a PF vai prender Lula nas próximas horas — ou dias. O que a polícia busca é que ele se entregue, mas o prazo estipulado terminou ontem. O canal de comunicação aberto entre a defesa do ex-presidente e o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, por decisão de Moro visava os ajustes para a apresentação voluntária do petista em Curitiba dentro das 24 horas dadas “em atenção à dignidade do cargo que ocupou”.

No mesmo dia que foi decretada a prisão, o delegado Igor Romário de Paula, chefe da equipe da Lava Jato, procurou os advogados de Lula para abrir esse canal de conversas.

Os contatos de emissários de Lula, entre eles o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, foram feitos só ontem, próximo do prazo final dado por Moro para que o ex-presidente se entregasse.

Do segundo andar da Superintendência da PF em Curitiba, delegados da cúpula negociavam por telefone com os emissários e as conversas prosseguiram pelo menos até as 21h.

Rendição

Dois emissários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociam com a Polícia Federal os termos de rendição para que o petista seja preso. Ainda não há uma decisão sobre como será o procedimento a ser adotado.

O canal de comunicação entre a defesa de Lula e a PF, uma das exigências do despacho do juiz Sérgio Moro, foi aberto no final da tarde de ontem (6). Pela PF, quem negocia é o delegado Igor Romário de Paulo, chefe da Lava Jato em Curitiba.

O ex-presidente tinha até as 17h de sexta-feira (6) para se entregar após a expedição do mandado de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro no processo do triplex, que rendeu ao petista uma condenação de 12 anos e um mês de reclusão.

A PF não realiza prisão após as 18h, mas policiais ouvidos disseram ao Estado que caso o ex-presidente resolva se entregar é possível recebê-lo em São Paulo para depois fazer sua remoção para Curitiba.

O avião da PF já se encontra no Aeroporto de Congonhas.

Na sexta (6) as duas partes se falaram após o término do prazo dado por Moro.

O Estado apurou que, em um primeiro momento, os interlocutores de Lula afirmaram que o petista estava à disposição da PF, mas que ele não iria se entregar. Que venham me pegar, disse a um aliado.

A posição do petista era de que a PF teria que buscá-lo no lendário Sindicato dos Metalúrgicos, onde fez carreira.

Entretanto, uma fonte da PF afirmou que a sinalização dos interlocutores do petista era de que Lula se entrega, mas dentro do tempo dele.

Um petista que está no Sindicato dos Metalúrgicos com o ex-presidente disse que ele irá se entregar e que os últimos detalhes estão sendo ajustados com os aliados mais próximos.