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PF busca dados sobre presidente do conselho da Camargo Corrêa

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São Paulo e Curitiba – A Polícia Federal busca informações sobre Vitor Hallack e Celso Ferreira de Oliveira, altos executivos da Camargo Corrêa – empreiteira alvo da Operação Lava Jato por supostamente ter integrado cartel que se apossou de contratos bilionários da Petrobras.

Hallack é o presidente do Conselho de Administração do grupo Camargo Corrêa. Em despacho datado de 15 de maio, o delegado federal Marcio Adriano Anselmo, que faz parte da força-tarefa da PF na Lava Jato, solicita aos agentes que promovam “diligência para identificação da pessoa de Celso Ferreira de Oliveira e Vitor Hallack”.

Executivos

A PF mira em contrato da Camargo Corrêa com a empresa JD Assessoria e Consultoria, que era controlada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil do governo Lula) – atualmente a consultoria está ‘inoperante’, cessadas todas as suas atividades, informou o advogado de Dirceu, criminalista Roberto Podval, em petição protocolada em abril na Justiça Federal do Paraná.

É a primeira vez que a PF cita nos autos da Lava Jato os nomes de Celso Ferreira de Oliveira e de Vitor Hallack, do alto escalão da empreiteira. Celso Ferreira de Oliveira foi presidente da Construtora Camargo Corrêa quando da assinatura de contratos com a Petrobras – hoje, ele é presidente da Construtora Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. Vitor Hallack é presidente do Conselho de Administração da holding.

Até aqui, a PF havia centralizado as investigações em três executivos da empreiteira – Dalton dos Santos Avancini, Eduardo Leite e João Ricardo Auller -, todos eles por suspeita de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Os três foram presos em novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, fase da Lava Jato que mirou exclusivamente o braço empresarial do esquema de propinas na Petrobras. Avancini e Leite fizeram delação premiada e revelaram importantes informações para a Lava Jato. Eles e Auller estão agora em prisão domiciliar, monitorados por tornozeleira eletrônica, por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Não há nos autos indicativo de que a PF suspeita de Oliveira e Hallack como envolvidos em corrupção e propinas no âmbito de contratos da empreiteira com a Petrobras.

Mas um dos alvos da Lava Jato é a coleção de contratos firmados pela JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro Dirceu.

Em março, a Procuradoria da República pediu ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato, que a Camargo Corrêa apresentasse cópia de todos os contratos celebrados com a JD. A empreiteira informa que fechou um único contrato com a consultoria de Dirceu no valor de R$ 844.650, pagos parceladamente entre maio de 2010 e fevereiro de 2011.

“Como é de conhecimento deste Juízo, no curso das investigações e dos processos criminais da assim denominada Operação Lava Jato restou evidenciado a prática, por parte de gestores e administradores da Construções e Comércio Camargo Corrêa, de diversos atos de corrupção e de lavagem de dinheiro em período concomitante às supostas “consultorias” e “assessorias” prestadas pela empresa JD”, sustentou a Procuradoria, na ocasião.