Política

PF pede continuidade de investigações contra Antonio Anastasia

PF pede continuidade de investigações contra Antonio Anastasia PF pede continuidade de investigações contra Antonio Anastasia PF pede continuidade de investigações contra Antonio Anastasia PF pede continuidade de investigações contra Antonio Anastasia

Brasília – A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a continuidade das investigações envolvendo o ex-governador e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) com base em provas colhidas no inquérito aberto pela Corte.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF o arquivamento da investigação por falta de provas, mas segundo investigadores da PF, ele tomou essa decisão sem aguardar a conclusão das diligências pela PF que haviam sido determinadas pelo ministro Teori Zavascki.

Na conclusão do inquérito, a PF informa que encontrou novos elementos que podem comprovar as informações do doleiro Alberto Youssef, que disse, em delação premiada, ter entregue dinheiro a uma pessoa que se parecia com Anastasia numa casa em Belo Horizonte. Ao pedir o arquivamento sem aguardar a conclusão do inquérito, Janot não tinha essa informação para tomar sua decisão.

As denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Fernando Collor (PTB-AL) também foram apresentadas antes mesmo da conclusão das diligências pela PF. A PGR afirma que esse é um procedimento usual, mas não apresentou dados para demonstrar quantas vezes na gestão Janot denunciou antes da conclusão das investigações pela PF solicitados pelo Estado há semanas.

O material enviado pela PF ao STF tem origem em uma denúncia feita por uma “cidadã comum” ao gabinete pessoal da Presidência da República, em janeiro passado. Na denúncia, a autora descreve uma residência na qual um dos mensageiros do doleiro Alberto Youssef teria efetuado pagamento em dinheiro a um político que a PF investiga se é Anastasia.

No relatório da PF são citados dois endereços para a suposta casa onde o dinheiro teria sido entregue ao senador. Ambos no bairro de Belvedere, na zona sul de Belo Horizonte.

‘Casuísmo’

Para Maurício Campos, advogado de Anastasia, é “absurdo casuísmo” a juntada de diligências que “sequer constavam do relatório parcial do delegado do caso” em junho. O advogado classifica como “estranho” o fato de a denúncia ser “tão antiga” quanto a instauração do inquérito, do início do ano.

“As tentativas de vinculação de endereços e residências no bairro Belvedere com o senador Anastasia são especulações sem nenhum compromisso com a verdade, que tentam dar sobrevida a um procedimento que jamais deveria ter sido instaurado contra ele”, disse Campos.