Política

"Piso do magistério virou pauta política", diz secretário de Educação sobre reajuste proposto por Bolsonaro

Vitor de Ângelo criticou o anúncio do reajuste salarial desejado pelo presidente Jair Bolsonaro, que aumenta o piso em 33,24%; a própria equipe ministerial sugeriu índice em 7,5%

“Piso do magistério virou pauta política”, diz secretário de Educação sobre reajuste proposto por Bolsonaro “Piso do magistério virou pauta política”, diz secretário de Educação sobre reajuste proposto por Bolsonaro “Piso do magistério virou pauta política”, diz secretário de Educação sobre reajuste proposto por Bolsonaro “Piso do magistério virou pauta política”, diz secretário de Educação sobre reajuste proposto por Bolsonaro
Foto: Reprodução TV Vitória

O secretário estadual de Educação, Vitor de Ângelo, se manifestou sobre o reajuste anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) aos professores da Educação Básica de todo o país num percentual de 33,24%. Com isso, o piso passa de R$ 2.886 para R$ 3.845 para quem cumpre 40 horas semanais.

Setores do próprio governo debatiam até a noite de quarta (26) qual deveria ser o tamanho do reajuste. Casa Civil, Ministério da Economia e Ministério da Educação estavam considerando um aumento de 7,5%, que atenderia a governadores e prefeitos, já que estados e municípios arcam com a maior parte do custo da folha da educação básica.

Em suas redes sociais, o secretário criticou a maneira como o presidente da República trata o tema sem levar em consideração a estrutura orçamentária gerida por governadores e prefeitos.  “O piso do magistério infelizmente virou mais uma pauta política. O presidente diz que ‘governadores não querem o reajuste de 33%’. Mas o próprio Ministério da Educação disse que, após consulta à Advocacia Geral da União (AGU), “é necessária a regulamentação da matéria por intermédio de uma lei específica”, postou.

Ele prossegue,  dizendo que se a AGU informou que não há legalidade, “sendo necessária uma regulamentação, qual seria a legalidade para o reajuste de 33%? Não há quem não queira valorizar a remuneração docente. Em 2021, no Espírito Santo, concedemos reajuste de 25% para entrada e 18% na média”, comparou.

O secretário finaliza apontando que a conta pode não fechar se considerar as condições orçamentárias de estados e municípios. “Não pode ser a partir de um debate politizado que simplesmente transfere a pressão por reajustes a terceiros”, ressalta.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) calcula um impacto de R$ 35 bilhões para as prefeituras. Os prefeitos avaliam entrar na Justiça para reverter a situação.

Sindicato avalia reajuste como reconhecimento

O representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Hildebrando Paranhos, destacou que o reajuste é um reconhecimento e tem o objetivo de tentar igualar os salários dos professores com o de outros profissionais do ensino superior. Em 2021, a categoria não teve reajuste por causa da lei federal de socorro aos Estados, que proibiu reajustes salariais durante a pandemia. 

A Secretaria de Estado de Gestão foi procurada para saber sobre o impacto na folha. Respondeu que o Estado paga o piso salarial aos profissionais do magistério e que aguarda a publicação oficial do reajuste para fazer o repasse aos servidores. 

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