Política

Planalto celebra decisão de tornar Cunha réu na Lava Jato, mas teme vingança

No Planalto, o comentário era que, com Cunha inaugurando o banco dos réus da Lava Jato, o Supremo terá de decidir o mais rápido possível por seu afastamento do comando da Câmara

Planalto celebra decisão de tornar Cunha réu na Lava Jato, mas teme vingança Planalto celebra decisão de tornar Cunha réu na Lava Jato, mas teme vingança Planalto celebra decisão de tornar Cunha réu na Lava Jato, mas teme vingança Planalto celebra decisão de tornar Cunha réu na Lava Jato, mas teme vingança
No Supremo Tribunal Federal, maioria dos ministros votou favorável a tornar réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.  Foto: Nelson Jr/STF

Brasília – O governo comemorou na quarta-feira (02) a primeira parte do julgamento do Supremo Tribunal Federal, com a maioria dos ministros favorável a tornar réu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas ainda há apreensão no ambiente. Auxiliares da presidente Dilma Rousseff temem a vingança de Cunha, que já pôs em marcha uma pauta-bomba para aumentar gastos do governo num momento em que as finanças estão anêmicas e o ajuste fiscal é prioridade para acertar contas.

No Planalto, o comentário era que, com Cunha inaugurando o banco dos réus da Lava Jato, o Supremo terá de decidir o mais rápido possível por seu afastamento do comando da Câmara, porque, se demorar ou não for este o veredicto, Dilma terá muitos problemas.

Embora o calvário de Cunha enfraqueça muito o processo de impeachment contra a presidente, o governo avalia que enfrentará retaliações a curto prazo, e prefere manter cautela. Para o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, não há vinculação direta entre o impeachment e a situação de Cunha. “Nós estamos trabalhando para melhorar a economia e a política, isso sim”, afirmou.

Depois de muitas negociações, o Planalto conseguiu adiar a votação do projeto do deputado Esperidião Amin (PP-SC) que altera a metodologia de cálculo da dívida dos Estados com a União. A proposta integra a pauta-bomba e, se for aprovada, o governo pode ter uma perda de R$ 300 bilhões.

Dilma sabe que, em ano de eleições municipais e fraturas na base aliada, todos querem aumentar despesas. Diante desse quadro, o diagnóstico reservado do governo é que ter um presidente da Câmara processado por corrupção, mas ainda no comando da Casa, é um perigo para a presidente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.