Política

Planalto decide ignorar denúncia de que Dilma continua sendo espionada

Planalto decide ignorar denúncia de que Dilma continua sendo espionada Planalto decide ignorar denúncia de que Dilma continua sendo espionada Planalto decide ignorar denúncia de que Dilma continua sendo espionada Planalto decide ignorar denúncia de que Dilma continua sendo espionada

Brasília – O Palácio do Planalto decidiu ignorar as informações publicadas pelo jornal The New York Times de que o governo americano teria mantido a espionagem sobre Brasil e México, incluindo os presidentes Dilma Rousseff e Enrique Peña Nieto, apesar de ter ordenado a suspensão da vigilância sobre a chanceler alemã, Angela Merkel. Ao contrário da reação adotada em 2013, quando chegou a cancelar a visita de Estado que faria aos Estados Unidos, a presidente preferiu o silêncio. Nem o Itamaraty foi autorizado a fazer qualquer tipo de comentário.

Às vésperas da primeira viagem do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto, aos Estados Unidos, o governo adotou a cautela e classificou a reportagem do jornal americano de “especulações”. O governo condena a espionagem internacional, diz o Itamaraty, mas o tema está sendo tratado entre a presidente e Barack Obama.

No MDIC, chegou-se a temer que as informações pudessem afetar, de novo, o relacionamento entre os dois países, que começa a voltar ao normal justamente com a viagem do ministro a Washington, na próxima terça-feira. Monteiro tem encontros marcados com a secretária de Comércio, Penny Pritzker, e com o representante de Comércio americano, Michael Froman, responsável pelas negociações externas do governo Obama. A viagem, marcada a mando da própria presidente, é o sinal de retomada das relações em alto nível entre os dois países, abaladas desde a revelação de que o National Security Agency (NSA) espionava empresas, cidadãos e o governo brasileiro, inclusive a presidente.

A avaliação, no entanto, é de que a reação veemente adotada pelo Brasil em 2013 não teria lugar agora, especialmente quando o País atravessa dificuldades econômicas consideráveis e precisa recuperar investimentos externos e melhorar sua balança comercial. Em 2014, o País fechou o ano com US$ 7,97 bilhões de déficit com os Estados Unidos. Em janeiro de 2015, a conta está em mais de US$ 500 milhões favorável aos americanos.