Política

PMDB lidera movimento para impor nova derrota ao governo na CCJ da Câmara

PMDB lidera movimento para impor nova derrota ao governo na CCJ da Câmara PMDB lidera movimento para impor nova derrota ao governo na CCJ da Câmara PMDB lidera movimento para impor nova derrota ao governo na CCJ da Câmara PMDB lidera movimento para impor nova derrota ao governo na CCJ da Câmara

Brasília – Um dia após a presidente Dilma Rousseff entregar a articulação política do governo ao PMDB, o partido liderou movimento para impor uma nova derrota ao Palácio do Planalto. A legenda argumentou favoravelmente à aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara da proposta que reduz de 39 para 20 o número de ministérios. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada em 2013 pelo hoje presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seria votada na manhã desta quarta-feira, 08, mas a sessão foi interrompida por causa do início dos trabalhos no plenário da Câmara. O debate deve ser retomado às 14h.

Petistas acreditavam que a atitude de Dilma acalmasse os ânimos dos peemedebistas. Desde o início da semana, a presidente vinha oferecendo a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) ao PMDB. Com a recusa do ministro peemedebista Eliseu Padilha (Aviação Civil), ela resolveu na terça-feira, 07, incorporar a pasta à Vice-Presidência, comandada pelo também peemedebista Michel Temer (SP). Com a manobra, o número de ministérios passará de 39 para 38. Sete deles já estão sob comando do PMDB, principal fiador da PEC: Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Aviação Civil, Portos, Assuntos Estratégicos e Pesca. Ontem, o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), defendeu a redução do número de pastas sob comando peemedebista.

De oitavo item da pauta, a PEC 299/2013 foi a segunda matéria apreciada nesta manhã. Contrário ao projeto, o PT tentou obstruir a sessão desde o começo, solicitando a leitura da ata da reunião anterior. O pedido foi negado pelo presidente da CCJ, Arthur Lira (PP-AL). Logo em seguida, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ameaçou lançar mão de um “kit obstrução”, conjunto de manobras para procrastinar a votação. O PT ainda pediu verificação da aprovação da ata e mais de uma dezena de oradores se inscreveu, alongando a sessão.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), argumentou que a redução já está sendo discutida internamente e disse que a aprovação da PEC contraria a tentativa do Planalto de melhorar a relação com o Legislativo. “Votar isso hoje não é um bom começo para o que estamos construindo neste momento”, afirmou Guimarães. “Não há ambiente político que aponte numa radicalização entre os dois Poderes”, disse o petista.

Com apoio do PSD, PT e governo alegaram também que a proposta apresentada por Cunha em 2013, antes de ele se tornar presidente, é inconstitucional por ferir o princípio de independência entre os Poderes. “O Executivo não pode impor ao Congresso Nacional determinadas regras e normas para serem cumpridas, assim como o Legislativo não pode impor ao Poder Executivo uma norma que não é atribuição dele”, afirmou Guimarães.

Picciani rebateu o argumento de Guimarães. “É muito fácil vir aqui e gritar que está sendo ferido o princípio constitucional. Só que não é verdade”, disse o líder peemedebista. “Me parece 39 ministérios algo muito exagerado, algo que não se faz necessário neste momento”, afirmou Picciani.

O líder do PMDB citou as dificuldades econômicas do País para defender que o governo “corte da própria carne”. “É preciso dar demonstrações inequívocas com eficiência, corte de gastos e diminuição da máquina pública. Na medida que nosso PIB não cresceu, é preciso enxugar a máquina”, afirmou.