Política

População de município do AM espera que PF libere cartões retidos ilegalmente

População de município do AM espera que PF libere cartões retidos ilegalmente População de município do AM espera que PF libere cartões retidos ilegalmente População de município do AM espera que PF libere cartões retidos ilegalmente População de município do AM espera que PF libere cartões retidos ilegalmente

Brasília – A população de Atalaia do Norte (AM) espera que a entrada de agentes federais nas mercearias e supermercados em busca de cartões do Bolsa Família retidos ilegalmente ponha fim a décadas de desmandos dos comerciantes e políticos locais.

Pela primeira vez na história desse lugar de extrema pobreza, onde a maioria da população é indígena, o poder e a força de pequenos e médios empresários foram postos em xeque. É um grupo de homens temidos no município que apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,450, o terceiro pior do País.

Único índio na Câmara Municipal, o vereador Manoel Chorimpa (PRB) avalia que a operação da Polícia Federal também pode ajudar no combate à impunidade, mudar a “mentalidade” das famílias indígenas e contribuir para alterações no Distrito Sanitário Especial Indígena do Vale do Javari. “Eu acredito que foi uma vitória para nós”, afirma. “Essa escravidão promovida pelos comerciantes vem desde o tempo da madeira, de muitas décadas (primeiras anos do século passado).”

Chorimpa afirma que a operação pode mobilizar e dar ânimo às lideranças indígenas que questionam grupos políticos que controlam o dinheiro e a estrutura da saúde em Atalaia do Norte. “A política partidária entrou forte nessa área, dificultando ainda mais o trabalho de campo dos agentes de saúde e contribuindo para o aumento dos números de óbitos de crianças nas aldeias”, ressalta.

Ele avalia que uma mudança de nomes na saúde no município dependeria de alterações também em Brasília. “Este é um bom momento para o novo ministro da Saúde avaliar o trabalho da Secretaria Especial de Saúde Indígena”, completa. A Sesai foi criada em 2010 para substituir a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão envolvida em escândalos de irregularidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.