Política

'População não leva em conta orientação dos partidos', diz FHC

‘População não leva em conta orientação dos partidos’, diz FHC ‘População não leva em conta orientação dos partidos’, diz FHC ‘População não leva em conta orientação dos partidos’, diz FHC ‘População não leva em conta orientação dos partidos’, diz FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou ainda mais distante as chances de participar uma frente democrática em apoio ao candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad. Nesta quarta-feira, 17, o tucano argumentou que os eleitores “não mais levam em conta a orientação dos partidos”.

“A frente democrática é uma expressão que havia no passado. Como disse aqui, acho que os partidos, as instituições, os sindicatos, estão um pouco escorregadios porque a sociedade mudou. Vocês acham que as pessoas vão olhar para alguma frente?” questionou o tucano, que recebeu nesta quarta o prêmio “Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita”, concedido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo.

“As pessoas hoje tomam suas decisões independente dos partidos. Por que (realizar o gesto) agora?”, questionou.

Após o primeiro turno, o PT trabalhou, sem sucesso, para criar uma “frente democrática” suprapartidária contra Jair Bolsonaro (PSL), atraindo candidatos derrotados no primeiro turno e lideranças políticas como o próprio FHC. Em entrevista ao Estado no último domingo, 14, o tucano afirmou que, ao contrário de Bolsonaro, com Haddad havia uma porta para diálogo, mas que ela ainda estava fechada.

Questionado nesta quarta-feira sobre essa possibilidade, o ex-presidente tucano disse a porta está “enferrujada”. “Acho que a fechadura enguiçou”, desconversou.

Na visão de FHC, para sair da atual situação, independente do vencedor das eleições, o Brasil vai precisar superar as diferenças e criar coesão na sociedade para tirar o País da crise. Ele avisou, no entanto, que só daria as mãos a um movimento contra o autoritarismo, que defenda a liberdade, democracia e respeito à Constituição. “O Brasil precisa de frente em favor de seu povo, que implique em liberdade e democracia”.

Questionado se ajudaria Bolsonaro, o tucano desconversou. “Ele não estende a mão a ninguém. Vamos ver o que ele vai dizer, fazer. Pelo que vi até agora, porque estender a mão se ela ficaria no ar?”, questionou”