Política

Prefeitura no ES suspende licitação milionária após determinação do Tribunal de Contas

Licitação da Prefeitura de Anchieta contrataria empresa para recolhimento de resíduos sólidos na cidade

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Prefeitura no ES suspende licitação milionária após determinação do Tribunal de Contas Prefeitura no ES suspende licitação milionária após determinação do Tribunal de Contas Prefeitura no ES suspende licitação milionária após determinação do Tribunal de Contas Prefeitura no ES suspende licitação milionária após determinação do Tribunal de Contas
Foto: Reprodução/ Prefeitura de Anchieta
Foto: Reprodução/ Prefeitura de Anchieta

A Prefeitura de Anchieta, no Sul do Espírito Santo, suspendeu a licitação para contratação de serviços de destinação final de resíduos sólidos após uma determinação do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES).

A medida cautelar concedida pelo conselheiro Carlos Ranna, relator do processo, referendada por unanimidade pelos demais conselheiros em sessão na terça-feira (8), foi um desdobramento de um processo iniciado após a denúncia de um cidadão.

Na denúncia, tanto o cidadão – não identificado no processo por questões de segurança – quanto a empresa vencida na licitação alegam que o quantitativo licitado estava muito acima da realidade do município.

Entenda o que levou a pedido do TCE-ES

A título de exemplo, entre 2018 e 2024, o contrato previa o recolhimento de 15 mil toneladas de resíduos por ano. Já o contrato atual licitado prevê o recolhimento de 36 mil toneladas por ano, custando R$ 3,8 milhões aos cofres municipais.

Ambos denunciantes também apontam que a empresa vencedora e contratada não tem estrutura para executar o contrato: não existe sede de empresa, escritório, galpão, balança, almoxarifado, ou sequer rede de água potável no local indicado como endereço.

Além disso, alegam que a empresa vencedora teria obtido licença ambiental em prazo extremamente curto, 2 dias, sem apresentar documentação técnica completa, levantando suspeitas sobre a regularidade do processo de licenciamento.

Um último ponto destacado na denúncia fala sobre uma determinação do Estudo Técnico Preliminar (ETP) utilizado. O documento feito pela prefeitura indica que os serviços devem se ater a um raio de 10 quilômetros da sede do município.

Esta restrição manifesta-se pelo fato de a equipe ficar ociosa pelo tempo em que o veículo vai até o aterro para descarregar. No entanto, a própria prefeitura buscou preços de destinação final dos resíduos nos municípios de Aracruz e Baixo Guandu, distantes 168 e 254 quilômetros, respectivamente, de Anchieta.

Diante das denúncias, o relator do processo solicitou análise do Núcleo de Controle Externo de Meio Ambiente, Saneamento e Mobilidade (Nasm), assim como manifestação dos representantes da prefeitura.

“Em análise dos fatos descritos, entendemos que há plausibilidade jurídica para o prosseguimento do feito ante a não observação das regras editalícias. Assim, entendemos que pode estar configurado um sobrepreço por quantitativos contratados e assim havendo plausibilidade jurídica para prosseguimento do feito”, destacou Ranna.

O que diz a Prefeitura de Anchieta

Em nota, a prefeitura informou que acatou a decisão cautelar do TCES e suspendeu a licitação em questão.

“A Prefeitura informa que está respondendo a todos os questionamentos feitos pelo órgão e que, ainda hoje,  irá protocolar a defesa. Como a cautelar não indica julgamento terminativo do mérito, a prefeitura também aguarda a decisão do colegiado, que está marcada para o próximo 22 de abril”, diz a nota.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros

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Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, passou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, passou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.