Política

Presídios brasileiros são "escolas de crime", diz ministra

Presídios brasileiros são “escolas de crime”, diz ministra Presídios brasileiros são “escolas de crime”, diz ministra Presídios brasileiros são “escolas de crime”, diz ministra Presídios brasileiros são “escolas de crime”, diz ministra

Brasília – No dia em que a instância máxima da Justiça italiana autorizou a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, afirmou que os presídios brasileiros são “escolas de crime”.

Para conseguir a liberação para que Pizzolato seja extraditado e cumpra pena no Brasil, os advogados contratados pelo governo Brasileiro justificaram que o executivo teria a garantia de que sua integridade física será preservada na prisão. Na manhã desta quinta-feira, 12, em evento de posse de membros do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Ideli se recusou a comentar a promessa do governo de que o condenado vai receber um tratamento diferenciado.

A decisão de enviar Pizzolato ao Brasil depende agora de uma avaliação política do ministro da Justiça italiano. “Esta questão está no ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Justiça. A Secretaria de Direitos Humanos não tem qualquer incidência. Portanto, não irei me pronunciar sobre isso”, disse Ideli. “Não vou responder sobre o Pizzolato, não insistam”, completou, em tom de irritação.

Apesar da recusa, a ministra apresentou sua visão sobre o sistema carcerário brasileiro. “Você retira o direito à liberdade de uma pessoa para que ela possa se arrepender, se ressocializar e voltar à sociedade para não cometer novos crimes. Infelizmente, dada a superlotação, as condições muitas vezes desumanas, nós temos nos presídios brasileiros verdadeiras escolas de crime. A pessoa entra para fazer um aperfeiçoamento na criminalidade”, avaliou.

Para Ideli, a situação das cadeias brasileiras é “lamentável” em termos de garantia dos direitos humanos e “absolutamente incompatível” com o objetivo de ressocializar o preso. Para solucionar o problema, ela defendeu uma política de cooperação entre o governo federal e os Estados, responsáveis pela administração dos presídios mais precários do País. “Nós temos toda uma preocupação com isso, o Ministério da Justiça tem políticas (nesse sentido)”, afirmou.