Política

Presos sob suspeita de receber propina para Aécio pedem liberdade

Presos sob suspeita de receber propina para Aécio pedem liberdade Presos sob suspeita de receber propina para Aécio pedem liberdade Presos sob suspeita de receber propina para Aécio pedem liberdade Presos sob suspeita de receber propina para Aécio pedem liberdade

Brasília – Presos no dia 18 na Operação Patmos, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima pediram que o Supremo revogue os mandados de prisão autorizados pelo ministro Edson Fachin e solicitados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Medeiros é primo do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), e Mendherson é assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Eles foram presos sob acusação de terem recebido dinheiro em espécie repassado indevidamente pela JBS com destino ao senador Aécio Neves – o valor total acertado é de R$ 2 milhões, segundo as investigações.

A defesa de Frederico afirma que a manutenção da prisão é “completamente desnecessária” porque ele “jamais poderá influir” na apuração das suspeitas e que não teria motivo para tentar dificultar novas ações dentro da investigação. Diz também que Frederico e Aécio Neves estão afastados do cargo público e que, desta forma, não seria possível cometer crime em razão do cargo – que é o que a PGR investiga.

“A proibição de contato com os demais investigados e o recolhimento domiciliar, evidentemente, já seriam suficientes, visto terem o mesmo efeito da custódia em unidade prisional”, diz a defesa de Frederico Pacheco de Medeiros, pedindo que o cliente possa responder em liberdade eventual ação penal.

O advogado de Mendherson Souza Lima afirmou que, “de todo o ocorrido teve participação mínima, conforme se depreende pelo narrado no requerimento do MPF encampado pelo decreto de prisão preventiva, e, em liberdade, não trará nenhum embaraço à ação da Justiça”. A defesa diz que Mendherson “não trabalhava e não trabalhou em negócios escusos do senador Aécio Neves, e muito menos em campanha eleitoral”.

“Manter esta prisão porque o agravante ‘seria conhecedor de todas as estratagemas adotadas para ocultar a origem ilícita dos recursos movimentados, gravidade do crime e para impedir a destruição de provas’ sem indicação concreta destes fatos é totalmente desnecessária”, diz a defesa de Mendherson.

Para PGR, “as provas colhidas e ora apresentadas demonstram que Andrea Neves, Frederico de Medeiros Pacheco e Mendherson Souza Lima trabalham diretamente nos negócios escusos feitos pelo Senador Aécio Neves”.

Em relatório da Polícia Federal divulgado nesta sexta-feira (26), há o relato de que Mendherson Souza Lima – assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) – teria buscado em São Paulo na data de 03/05/2017, como parte do valor de propina acertado entre o senador Aécio Neves e o empresário Joesley Batista.

Isso foi possível graças ao próprio Mendherson, que, após ser preso, levou a PF ao local onde admitiu ter escondido o valor após a notícia sobre repasses indevidos da ordem de R$ 2 milhões na noite da quarta-feira 17 de maio, na véspera da operação. Segundo a investigação da Procuradoria-Geral da República, o assessor de Zezé Perrella teria atuado na operação para receber o dinheiro em nome de Aécio Neves junto com o primo do senador afastado, Frederico Pacheco de Medeiros.

Após ser preso, na quinta-feira (18), Mendherson disse que escondeu o dinheiro na casa da sogra por ter ficado assustado com as citações ao seu nome em meio às notícias de um possível pagamento de propina a Aécio Neves. A informação de que o senador Aécio Neves teria pedido e recebido R$ 2 milhões indevidos da JBS surgiu na noite da véspera (17).