Política

Procuradoria pede conversão de prisão de suposto lobista para preventiva

Procuradoria pede conversão de prisão de suposto lobista para preventiva Procuradoria pede conversão de prisão de suposto lobista para preventiva Procuradoria pede conversão de prisão de suposto lobista para preventiva Procuradoria pede conversão de prisão de suposto lobista para preventiva

São Paulo e Curitiba – A força-tarefa do Ministério Público Federal pediu nesta sexta-feira, 25, ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, que converta em preventiva a prisão temporária do empresário João Henriques, apontado como lobista do PMDB. João Henriques foi capturado pela Polícia Federal na segunda-feira, 21, na 19ª fase da missão Lava Jato. A custódia temporária vence hoje.

A Procuradoria da República aponta que o lobista do PMDB “participou de forma sistemática da corrupção” na diretoria Internacional da Petrobras, “inclusive operando contas ocultas no exterior, cuja correta localização é ignorada”. Segundo os investigadores, João Henriques teria tido ajuda de seu ex-sócio, Miloud Alain Hassene Daouadji.

Os procuradores suspeitam que a Trend Empreendimentos, controlada por João Henriques e que tinha Miloud Daouadji como sócio até 2008, fosse usada para intermediação de propina. Os investigadores identificaram mais de R$ 20 milhões recebidos pela empresa Trend, tendo como remetentes companhias que possuíam obras com a Petrobras.

“Ministério Público Federal passa a expor os motivos para a conversão da prisão temporária em prisão preventiva com fundamento nas novas provas obtidas após: 1) a quebra de sigilo bancário e fiscal de João Augusto Rezende Henriques e Miloud Alain Hassene Daouadji; 2) homologação do acordo de colaboração premiada de Eduardo Musa; 3) provas obtidas com a diligência de busca e apreensão; 4) novo depoimento do investigado prestado a Polícia Federal em 25 de setembro de 2015”, afirmam os procuradores em relatório.

João Henriques prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta. O Ministério Público Federal afirma que o lobista, inicialmente, negou envolvimento com irregularidades. “Diante da documentação apresentada obtida na sua busca e apreensão acabou reconhecendo que operava contas no exterior e que

fazia alguns pagamentos para ‘amigos’ que prefere não declinar os nomes. Trata-se na realidade de uma espécie de confissão parcial e qualificada do investigado. Ele não trata dos fatos na completude e nega as consequências jurídicas ilícitas de sua conduta”, afirmam os procuradores.

No pedido de prisão preventiva de João Henriques, o Ministério Público Federal afirma que na operação de busca e apreensão na casa do lobista foram apreendidas documentos que o ligariam à operação financeira de contas de offshores no exterior. “A principal documentação se refere à offshore First Oil, que firmou inúmeros contratos de agenciamento com empresas que mantiveram avenças com a Petrobrás. A título de exemplo, citem-se a norueguesa Stolt (atual Subsea 7); a Thames International; e a Horizontal Drilling.”