PSB joga água na fervura após briga com petistas em grupo de conversas PSB joga água na fervura após briga com petistas em grupo de conversas PSB joga água na fervura após briga com petistas em grupo de conversas PSB joga água na fervura após briga com petistas em grupo de conversas
Alberto Gavini / (foto: arquivo pessoal)
Alberto Gavini / (foto: arquivo pessoal)

Não se sabe se a Nossa Senhora da Penha ajudou ou se foi o bom senso mesmo que bateu à porta, fato é que após um final de semana de discussão, troca de acusações e ofensas entre lideranças socialistas e petistas num grupo de WhatsApp, os ânimos se acalmaram.

Conforme noticiado ontem com exclusividade pela coluna “De Olho no Poder”, as falas da presidente do PT capixaba, Jackeline Rocha, sobre a candidatura de Contarato e de Casagrande, geraram confusão no grupo que conta com mais de 130 participantes – inclusive com a petista.

Lideranças socialistas tomaram as dores do governador, que teve a gestão criticada por Jackeline em entrevistas recentes. Já os petistas do grupo defenderam Jackeline e o PT, principalmente após as declarações do ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia Tyago Hoffmann que chegou a dizer que tinha nojo do PT. Três petistas – entre eles, o ex-deputado Roberto Carlos e o ex-gerente da Secretaria Estadual de Direitos Humanos Rafael Primo – deixaram o grupo.

Na manhã de ontem (25), Hoffmann pediu desculpas pelo comportamento, antes de também deixar o espaço. “Peço desculpas se alguém se ofendeu com alguma das minhas posições, nunca foi minha intenção. Meu debate é sobre posições políticas e comportamentos, nunca sobre pessoas. Mas se errei, humildemente peço desculpas”, escreveu o socialista.

Durante a discussão, não faltaram questionamentos sobre se o ex-secretário estaria falando em nome do governo ou de Casagrande, o que Hoffmann descartou. “Reafirmo aqui que minha participação no grupo é pessoal, nunca como representante do meu partido, muito menos do governo ou do governador. Minhas posições, portanto, sempre representaram posições exclusivamente pessoais”.

O presidente estadual do PSB-ES, Alberto Gavini, também tratou de jogar água na fervura. Questionado pela coluna, disse que está tudo “em paz” e que tem conversas agendadas com o PT. “Não voltei a conversar com o PT, mas tenho certeza que está tudo em paz. Foi um debate desnecessário no grupo, mas que ficou só na emoção. A semana passada tive uma reunião boa e tranquila com Jackeline. Temos o Congresso Nacional do PSB, que começa na quarta (amanhã), e após vamos marcar para uma conversa detalhada com o PT, na semana que vem”, disse Gavini.

Segundo ele, a relação com os petistas não foi abalada pelo bate-boca do final de semana. “A relação entre PT e PSB não foi construída agora, já existe há muito tempo. Estamos acertando os detalhes para poder ver o que é melhor para o Espírito Santo e para o Brasil. O PSB tem uma forte conversa nacional e, com certeza, nós teremos no Estado equilíbrio e uma decisão. Nós enfrentamos diversas situações complexas e conseguimos nos manter alinhados, tenho certeza que (no grupo) foi uma conversa fora da curva. Logo estaremos todos ajustados”, afirmou Gavini.

A presidente do PT-ES, Jackeline Rocha, que faz parte do grupo, não se manifestou. Nem no grupo e, até a noite de ontem, em nenhum outro canal de forma pública. Procurada pela coluna em seu celular e por meio de sua assessoria, também não retornou aos contatos.

Coube à vereadora de Vitória Karla Coser apaziguar a conversa pelo lado do PT. “Tenho imenso respeito pelo nosso governador Casagrande e por todos vocês aqui, mas preciso ponderar que é possível discordar das falas da minha presidenta Jackeline sem descredibilizar sua história e também sem ofender os petistas em geral. Argumentos se desconstroem com argumentos, se fizermos algo diferente disso vamos cair na política que muitos aqui dizem combater: a política ignorante e agressiva”.

A vereadora também tratou da candidatura própria do PT ao governo, com o nome já colocado do senador Fabiano Contarato, que foi alvo de críticas no grupo. “A possibilidade da candidatura de Contarato é um desejo da maioria dos petistas que querem disputar um projeto de estado e isso é legítimo e democrático. Sem contar que queremos um palanque forte para o presidente Lula, com a candidatura do Contarato isso será natural”, justificou.

Não é novidade que os socialistas preferem que Contarato não dispute, para não dividir os votos de centro-esquerda e ainda levar a eleição para o segundo turno – pelas contas de algumas lideranças do PSB, Casagrande disputando a reeleição sem o senador teria chance de vencer no primeiro turno.

Porém, o que entornou o caldo foi a presidente petista ter dito que há possibilidade de uma aliança do PT com a Rede e com o PSD – partido esse que estaria, no Estado, na mão do ex-governador Paulo Hartung. No programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, Jackeline disse que tem conversado com os partidos para fortalecer o palanque de Contarato. Rede tem a pré-candidatura do ex-prefeito Audifax Barcelos – que já disse que não abre mão da candidatura – e o PSD tem o nome do também ex-prefeito Guerino Zanon.

Por ora, pelo menos no grupo de WhatsApp, o ambiente parece estar pacificado. Só os próximos dias dirão, porém, se essa “paz” norteará as conversas e as tratativas entre PT e PSB e se sairá alguma decisão de consenso, satisfatória às duas siglas, após tudo isso.

Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.