
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) anunciaram nesta quarta-feira (17) que irão acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) como líder da minoria na Casa.
O Partido Liberal (PL) oficializou a indicação de Eduardo na terça-feira (16). Segundo parlamentares do PL, a manobra visa garantir a permanência do deputado no cargo, mesmo estando nos Estados Unidos desde fevereiro. Como líder, Eduardo teria mais flexibilidade regimental para justificar a ausência em sessões e votações.
Atualmente, o cargo de líder da minoria é ocupado pela deputada Caroline de Toni (PL-SC), que passaria a ser a primeira vice-líder. A nomeação ainda não foi oficializada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem poder para aceitar ou indeferir a indicação.
Em ato simbólico realizado no protocolo da Câmara, Melchionna afirmou que a oposição entregou caixas com assinaturas de mais de 400 mil brasileiros pedindo a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro.
“Hoje nós vamos entregar essas caixas endereçadas ao presidente da Câmara, Hugo Motta, mostrando a vontade de 400 mil brasileiros de cumprir a legislação e garantir a cassação de Eduardo Bolsonaro”, disse a deputada.
PT e PSOL já protocolaram um pedido formal de cassação do mandato do parlamentar, terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Melchionna classificou a tentativa de nomeação como uma estratégia para “burlar a inteligência do povo brasileiro” e driblar o regimento da Câmara.
“Essa medida foi colocada para tentar burlar a inteligência do povo brasileiro e, sobretudo, o regimento da Casa”, afirmou a deputada.
Parlamentares da oposição também criticaram a decisão. O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) classificou a indicação como um “absurdo”.
“O absurdo não pode ser naturalizado. É óbvio o que está acontecendo. O sujeito agora é indicado como líder de uma bancada diretamente dos Estados Unidos, com ações permanentes de boicote e conspiração contra o nosso país”, declarou.