Política

PT está sofrendo crise de identidade, avalia cientista político

Fernando Pignaton disse que não adianta o PT adotar um discurso de esquerda pra vencer as eleições presidenciais e não pode usar discurso conservador porque iria contra as bases do partido

PT está sofrendo crise de identidade, avalia cientista político PT está sofrendo crise de identidade, avalia cientista político PT está sofrendo crise de identidade, avalia cientista político PT está sofrendo crise de identidade, avalia cientista político
Fernando Pignaton analisou o resultado da pesquisa Ibope Foto: TV Vitória

A pesquisa Ibope que indicou o crescimento de Marina Silva (PSB) e a vitória dela num possível segundo turno contra Dilma Rousseff (PT) deixou os adversários preocupados. Para o cientista político Fernando Pignaton ,o PT está sofrendo de uma crise de identidade e precisa reagir para se garantir no segundo turno.

“A candidatura de Dilma sofre uma crise de identidade porque o PT está acostumado a competir com os tucanos. O PT investindo no papel social e colocando os tucanos como conservadores. Agora, ele tem uma adversária mais popular (Marina Silva), que tem até mais lutas pela esquerda do que a Dilma”, analisou Pignaton.

Para o cientista político não vai adiantar o PT adotar um discurso de direita  e não pode usar um discurso conservador porque isso vai contra as bases do partido.

“Esse fato extraordinário (morte de Eduardo Campos) e a liderança carismática de Marina são fatores favoráveis a ela”, disse Pignaton.

Contra Marina , segundo cientista político, pesa o fato de ela ter menos tempo de TV e um partido menos estruturado. “A eleição está relativamente longe. Com o passar do tempo, o peso da estrutura do PSDB e do PT  e o tempo de TV vai pesar”, afirmou Pignaton.

O especialista lembrou ainda que a candidatura de Aécio Neves (PSDB) não está fora do jogo. “PSDB tem um discurso que agrada mais a elite, não é tão popular quanto Marina e não compete com ela. Se os partidos de centro, como o PMDB, perceberem que Marina pode ir para o segundo turno, eles podem migrar para a candidatura de Aécio”, analisou Pignaton.

Isso porque, segundo o cientista político, num eventual segundo turno entre Dilma e Marina, o PSDB não iria apoiar o PT e sim o PSB.