Política

Quero manifestar meu absoluto inconformismo, diz Dilma sobre ação contra Lula

Quero manifestar meu absoluto inconformismo, diz Dilma sobre ação contra Lula Quero manifestar meu absoluto inconformismo, diz Dilma sobre ação contra Lula Quero manifestar meu absoluto inconformismo, diz Dilma sobre ação contra Lula Quero manifestar meu absoluto inconformismo, diz Dilma sobre ação contra Lula

Brasília – Num pronunciamento de pouco mais de 10 minutos, a presidente Dilma Rousseff fez uma defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da última fase da Operação Lava Jato. “Em primeiro lugar, eu quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula que, por várias vezes, compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos, seja agora submetido a uma desnecessária a uma condução coercitiva para prestar depoimento”, disse.

Ao lado de 10 ministros, a presidente usou boa parte do tempo para rebater as acusações da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e acusou o ex-líder do governo no Senado de tentar atingi-la por sentimento de “vingança”. “Acredito que seja lamentável que ocorra o vazamento da hipotética delação premiada que, se chegou a ser feita, teve como motivo único a tentativa de atingir a minha pessoa e o meu governo e provavelmente pelo desejo de vingança, imoral e mesquinho desejo de vingança, e de retaliação, de quem não defendeu quem não poderia ser defendido pelos atos”, destacou. Dilma fez questão de se referir à delação premiada como “hipotética”.

A presidente relembrou ainda que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, arquivou o processo contra ela em relação à compra da refinaria de Pasadena e negou qualquer conversa com o senador a respeito da nomeação de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Eu jamais falei com o senador a esse respeito, do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão para conversar com um senador a esse respeito”, afirmou.

Dilma afirmou que seu pronunciamento neste momento é fundamental e ressaltou que os “direitos individuais passam por adoção de medidas proporcionais”.

A presidente criticou mais uma vez o vazamento de informações e disse que já prestou esclarecimentos sobre a compra da refinaria e frisou que Delcídio não apresentou nenhum elemento concreto sobre a compra da refinaria. “É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita”, afirmou há pouco.

Sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, a presidente desqualificou as acusações feitas por Delcídio e disse que é um absurdo supor que ela saberia, em 2006, o que aconteceria em 2010. “Carece de credibilidade que a CPI dos Bingos teria sido feita para beneficiar minha campanha, essa afirmação se desmente pela temporalidade, pelos fatos”, frisou.

Após empossar nessa quinta, 3, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo como advogado-geral da União, Dilma o colocou ao seu lado nesta sexta. O sucessor de Cardozo, Wellington César Lima e Silva, também estava presente, mas não tão próximo da presidente quanto Cardozo. Do outro lado, estava o ministro da Casa Civil, Jacques Wagner. Também acompanharam Dilma os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva; das Relações Exteriores, Mauro Vieira; do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias; o novo ministro da Controladoria-Geral da União, Luiz Navarro; da Cultura, Juca Ferreira; e das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes.

Para realizar o pronunciamento, a presidente se retirou da reunião com 21 governadores no Palácio do Planalto. Só não estão presentes os governadores de Goiás, Pará, Paraná, Maranhão e Bahia, que enviaram representares para a reunião. Após a declaração à imprensa, Dilma retornou à sala de reunião para continuar as discussões.