Política

Senador diz que aceitar fala de Eduardo Bolsonaro seria como tolerar culto ao nazismo na Alemanha

O documento protocolado pela Rede nesta segunda-feira (04) na Câmara cita quebra de decoro parlamentar

Senador diz que aceitar fala de Eduardo Bolsonaro seria como tolerar culto ao nazismo na Alemanha Senador diz que aceitar fala de Eduardo Bolsonaro seria como tolerar culto ao nazismo na Alemanha Senador diz que aceitar fala de Eduardo Bolsonaro seria como tolerar culto ao nazismo na Alemanha Senador diz que aceitar fala de Eduardo Bolsonaro seria como tolerar culto ao nazismo na Alemanha
Foto: Agência Brasil

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fez uma comparação da fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre o AI-5 com o culto ao nazismo na Alemanha, ao protocolar um pedido de cassação do mandato do filho do presidente Jair Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara nesta segunda-feira, 4. “Se nós cogitarmos a possibilidade de que alguém pode arguir o retorno aos piores momentos da história nacional ou pode fazer sedição à ruptura da ordem democrática, teríamos de admitir que em outros países, como na Alemanha fosse tolerável o culto ao nazismo”, afirmou o senador.

O documento protocolado pela Rede nesta segunda-feira (04) na Câmara cita quebra de decoro parlamentar. Para Randolfe, Eduardo se insurgiu contra o próprio juramento e atentou contra a ordem democrática.

A declaração de Eduardo sobre o AI-5, dada em entrevista à jornalista Leda Nagle, provocou um terremoto político na semana passada e gerou críticas de diversos partidos. Além do pedido protocolado hoje pela Rede, outros devem chegar ao Conselho de Ética nos próximos dias.

O deputado Eduardo Bolsonaro chegou a divulgar um pedido de desculpas depois que sua declaração sobre o AI-5 foi divulgada. Para Randolfe, no entanto, isso não muda nada. “Esse tem sido o modo de operação de pessoas do governo, atenta contra a democracia de manhã e pede desculpas à tarde. Não podemos mais permitir que isso continue, ele precisa pagar pelo atentado à democracia que cometeu”, disse Randolfe.

O Ato Institucional nº 5 foi o mais duro instituído pela ditadura militar, em 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados. Também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o direito a habeas corpus. A partir da medida, a repressão do regime militar recrudesceu.