Política

Raquel Dodge diz que analisará relatório de CPMI que pede indiciamento de Janot

Raquel evitou se posicionar quando questionada se as conclusões da CPI são uma tentativa de intimidar o Ministério Público

Raquel Dodge diz que analisará relatório de CPMI que pede indiciamento de Janot Raquel Dodge diz que analisará relatório de CPMI que pede indiciamento de Janot Raquel Dodge diz que analisará relatório de CPMI que pede indiciamento de Janot Raquel Dodge diz que analisará relatório de CPMI que pede indiciamento de Janot
Foto: TV Vitória
Foto: TV Vitória

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta terça-feira, 12, que irá analisar o relatório da CPI mista da JBS após ser comunicada pelos parlamentares. Nesta manhã, o relator, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), anunciou que pediu em parecer final o indiciamento do ex-procurador-geral Rodrigo Janot e do seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella.

Questionada, Raquel Dodge disse que ainda não recebeu “nenhum indicativo” da CPI sobre esse assunto. “Assim que recebermos haverá análise adequada sobre o tema”, afirmou Raquel.

Ela evitou se posicionar quando questionada se as conclusões da CPI são uma tentativa de intimidar o Ministério Público. “Não me cabe fazer consideração sobre a intenção, o que posso lhes dizer é que quando receber documentos haverá análise adequada no momento oportuno”, afirmou a PGR.

Raquel conseguiu impedir, por meio de pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a CPI convocasse Pelella. Ao levar o tema ao Supremo, a procuradora-geral afirmou que “o declarado propósito da CPI é o de buscar elementos para revelação de crimes e malfeitos funcionais. Esse, contudo, não é temário a que o Poder Legislativo possa dedicar-se. Investigação criminal ou administrativa de membro do Ministério Público é tema que se esgota no âmbito do próprio Ministério Público”. O ministro Dias Toffoli atendeu o pedido de Raquel e suspendeu a ida do procurador à CPI.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulopublicada no final de novembro, Rodrigo Janot afirmou que a CPI mista “não é a CPI da JBS, é a CPI do Ministério Público”, ao afirmar que a vontade dos parlamentares era investigar os investigadores.

Marun sustenta que Janot e Pelella cometeram os crimes de abuso de autoridade, prevaricação e incitação “à subversão da ordem política ou social”, previsto na Lei de Segurança Nacional. Além deles, também serão alvos de pedido de indiciamento o ex-procurador Marcello Miller, os irmãos Joesley e Wesley Batista, além do executivo do grupo J&F Ricardo Saud.

Delação

Nesta manhã, ao ser questionada sobre a situação da delação dos executivos da J&F que tiveram acordo rescindido pela PGR, Raquel afirmou que o caso agora depende do STF. “Esta é uma questão que está posta para o Supremo Tribunal Federal na seguinte perspectiva: o procurador-geral Rodrigo Janot rescindiu o acordo e submeteu essa rescisão à homologação do STF, exatamente porque esta era uma das cláusulas pactuadas neste acordo. Se houvesse rescisão, esse ato de rescisão ia ser submetido à homologação do STF e é o que estamos aguardando”.