
O secretário estadual da Educação, Vitor de Ângelo, agora faz parte do ninho socialista. Ele se filiou ao PSB no último domingo (07), durante encontro estadual da sigla, em Vila Velha.
A ficha foi assinada na presença do governador Renato Casagrande (PSB) e do presidente estadual do partido, Alberto Gavini. De Ângelo é pré-candidato a deputado federal, sendo uma das principais apostas do partido do governador para a chapa federal.
É a primeira vez que o secretário – que está na gestão Casagrande desde o início do segundo mandato, em 2019 – se filia a um partido e vai para o teste das urnas. Ele nunca disputou antes.
Segundo De Ângelo, a escolha pelo PSB foi “um caminho natural”. “É umpartido da base, é o partido do governador. Pela ligação que eu tenho com Casagrande era relativamente natural. É importante eu me colocar à disposição para fortalecer o projeto do governador e acho que o PSB, programaticamente, representa aquilo com o que eu tenho mais afinidade, aquilo que fizemos na Secretaria da Educação”.
Bandeiras
Questionado sobre o motivo de disputar a Câmara Federal, o secretário citou a pauta em que atua. “A educação tem uma legislação essencialmente federal. É ali que eu acho que posso contribuir mais”.
Com a experiência na secretaria e também de já ter sido presidente e vice do Conselho Nacional da Educação, De Ângelo citou o piso nacional do magistério e o financiamento do Fundeb – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – como preocupações e prioridades:
“O piso nacional do magistério é uma lei de 2008 que muitos municípios não cumprem. Lá no piso, cobra-se dos municípios, mas o que ninguém diz é que na lei está escrito que se o município ou o estado não tiverem condições, a União precisa complementar esses valores. Porque é um piso nacional e cabe à União distribuir esses recursos para não criar disparidades regionais. A União nunca fez isso e não tem ninguém que brigue por isso”.
No Estado, segundo o secretário, um levantamento do Sindiupes divulgado há alguns meses teria mostrado que metade dos municípios não estaria cumprindo o piso nacional do magistério – para professores da educação básica, o piso é de R$ 4.867,77 para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Outro ponto que De Ângelo quer debater na Câmara Federal é o Fundeb.
“O Fundeb tem como referência os impostos e no contexto da Reforma Tributária, esses impostos vão desaparecer. O principal imposto, o ICMS, vai desaparecer. Então, o Fundeb vai ter como referência o quê? E qual será seu tamanho? Há riscos nessa mudança. Se não tiver gente para brigar por isso, a chance do Fundeb – e por consequência o financiamento da educação – ser prejudicado é grande”, afirmou.
“Revolucionou a educação”
Gavini elogiou o novo quadro do ninho socialista e garantiu que De Ângelo irá disputar a Câmara Federal – encerrando especulações de que ele poderia “descer” e disputar vaga à Assembleia Legislativa.
“Vitor é candidato a deputado federal e não vai descer, não. É um quadro extremamente qualificado, aliás, a chapa do PSB é bem qualificada. É um grande companheiro, grande secretário, ele revolucionou a educação no Espírito Santo”, disse Gavini.
De Ângelo deve ficar à frente da Sedu até o prazo final de desincompatibilização (abril do ano que vem) para os secretários que querem disputar as eleições de 2026.
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