Política

Relator diz que vai rever recomendação de suspender Jean Wyllys por quatro meses

Relator diz que vai rever recomendação de suspender Jean Wyllys por quatro meses Relator diz que vai rever recomendação de suspender Jean Wyllys por quatro meses Relator diz que vai rever recomendação de suspender Jean Wyllys por quatro meses Relator diz que vai rever recomendação de suspender Jean Wyllys por quatro meses

Brasília – O deputado Ricardo Izar (PP-SP) afirmou nesta quarta-feira, 29, que irá rever a recomendação que fez no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados para a suspensão por 120 dias do exercício do mandato do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) por ele ter cuspido em Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

“Eu vou rever com carinho a questão da dosimetria (cálculo da pena), mas o voto eu tenho certeza que não vou mudar. A gente pode rever a pena, mas o voto não”, disse. Declaração foi dada após adiamento da votação do relatório no conselho. Antes de a reunião ser adiada, deputados expuseram sugestões e votos em separado apontando penas mais brandas que a definida por Izar.

Uma das propostas é do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que sugeriu a suspensão de prerrogativas ao prazo regimental de 60 dias. “É uma conduta lamentável, reprovável, cabe censura, mas proporcional”, disse. De acordo com Izar, a sugestão de Marcos Rogério caberia, e ele pretende analisar. “Essa é uma questão de dosimetria. Suspensão de prerrogativas até a suspensão de mandato, sendo no mínimo de um mês e máximo de seis meses. É isso que vamos analisar”, disse.

São passíveis de suspensão as seguintes prerrogativas, conforme o Código de Ética da Casa: uso da palavra em sessão no horário destinado ao pequeno e grande expediente; encaminhar discurso para publicação no diário da Câmara dos Deputados; se candidatar ou permanecer exercendo cargo de membro da mesa, ouvidoria, procuradoria ou em comissões; e ser designado como relator em comissões ou plenário.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) também expôs o entendimento de que a sanção deve ser mais branda, e encaminhou um voto em separado dizendo ser a favor de uma advertência oral. Para Izar, no entanto, não caberia esta sanção para o caso. “Eu vou analisar as sugestões, ler os votos, conversar com membros do conselho.”

E completou: “Advertência verbal é um pouco leve, pela questão que aconteceu.” O deputado reitera que fez um relatório embasado no regimento interno, e que caberia sim a cassação do mandato de Jean Wyllys. De acordo com ele, atenuantes foram usados para não chegar ao ponto de cassação.

O episódio envolvendo o deputado do PSOL e Bolsonaro ocorreu durante a votação da abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no plenário da Câmara, em abril do ano passado. Durante o processo de Jean Wyllys, testemunhas da cena foram ouvidas e até uma perícia da Polícia Civil do Distrito Federal foi feita para avaliar a veracidade de um vídeo em que Jean teria dito para Chico Alencar (PSOL-SP) que iria cuspir na cara de Bolsonaro.