Política

Relator elogia ação do governo contra anistia, mas pede atenção para alterações

Relator elogia ação do governo contra anistia, mas pede atenção para alterações Relator elogia ação do governo contra anistia, mas pede atenção para alterações Relator elogia ação do governo contra anistia, mas pede atenção para alterações Relator elogia ação do governo contra anistia, mas pede atenção para alterações

Brasília, 28 – Sem saber ao certo se permanecerá na função de relator do pacote das medidas de combate à corrupção, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está preocupado com a possibilidade de o parecer votado na comissão especial ser desfigurado na votação prevista para esta terça-feira, 29, no plenário da Câmara. Lorenzoni elogiou a ação do governo e da cúpula do Congresso de rechaçarem qualquer tentativa de anistia ao crime de caixa 2, mas aponta outras ações que podem surgir na votação desta terça-feira.

A preocupação do deputado é com a inclusão no texto do crime de responsabilidade para magistrados e membros do Ministério Público. Lorenzoni sustenta que a medida deve ser discutida pelo Parlamento, mas não no conjunto das medidas anticorrupção, uma vez que pode sinalizar um sentimento de “vingança” dos políticos contra juízes e procuradores. “Isso vai ser o centro do debate amanhã”, previu.

Como revelou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, outro ponto que deve entrar nos debates de plenário é a proposta que foi retirada do relatório aprovado na semana passada na comissão especial: a limitação para seis meses do período de investigação de crimes praticados por políticos com mandatos eletivos. A proposta do deputado Esperidião Amin (PP-SC) estabelece que a Polícia Federal e o Ministério Público teriam esse prazo para apurar atos ilícitos praticados por parlamentares, prefeitos, governadores e presidente da República. Esse tempo poderia ser prorrogado por mais seis meses, desde que haja autorização judicial. Se o processo não fosse concluído nesse tempo, o caso seria arquivado e a autoridade responsável seria obrigada a apresentar um relatório explicando as diligências efetuadas e as possíveis razões pelas quais a investigação foi frustrada. Caso a denúncia fosse apresentada, o texto prevê que um novo prazo para procedimento investigatório será aberto. Na interpretação de membros do Ministério Público, se aprovada a medida, ações da Operação Lava Jato serão enterradas assim que a lei for sancionada. “Tem de votar o que veio da comissão”, pregou o relator.

Na avaliação de Lorenzoni, com a ação do presidente Michel Temer e dos presidentes do Senado e Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente, para barrar a anistia ao caixa 2, a matéria está “morta e sepultada”. “A nova cidadania emergiu das ruas e obrigou a tomada de posição. Foi um movimento de reconciliação do governo e das duas Casas com as ruas”, comentou.

O parlamentar pode ser substituído porque o regimento prevê que o relator de plenário é “preferencialmente” o mesmo da comissão especial. Parlamentares não escondem o descontentamento com o relatório de Lorenzoni, tanto que na semana passada houve um movimento para substituí-lo. Longe das discussões sobre possíveis mudanças no parecer, Lorenzoni demonstrou resignação com eventual troca de relator no plenário. “Ninguém garante que eu seja o relator. Não há essa obrigatoriedade”, explicou.