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Relator na CCJ do Senado afirma que indicação de Zanin ao STF deve passar 'sem sobressaltos'

Relator na CCJ do Senado afirma que indicação de Zanin ao STF deve passar ‘sem sobressaltos’ Relator na CCJ do Senado afirma que indicação de Zanin ao STF deve passar ‘sem sobressaltos’ Relator na CCJ do Senado afirma que indicação de Zanin ao STF deve passar ‘sem sobressaltos’ Relator na CCJ do Senado afirma que indicação de Zanin ao STF deve passar ‘sem sobressaltos’

O relator da indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), avaliou ao Broadcast Político nesta segunda-feira, 12, que o nome do advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve passar “sem sobressaltos” no colegiado. O emedebista pretende entregar seu relatório até a próxima segunda-feira, 19. A sabatina na CCJ está marcada para o dia 21.

“Penso que não haverá sobressaltos, até porque é uma análise objetiva, baseada nos critérios que devem orientar as nossas avaliações. Não acho que haverá contratempo”, afirmou Veneziano. O relator da indicação de Zanin deve se reunir nos próximos três dias com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que comanda a CCJ, para medir quantos votos favoráveis o advogado pode ter no colegiado. Ele também deve marcar uma reunião com Zanin.

Questionado sobre o “barulho” que a oposição ao governo Lula pode fazer na sabatina, Veneziano disse que o processo de avaliação de um indicado ao Supremo não pode ter propósito político. “Os senadores são pessoas de altíssima responsabilidade, que sabem muito bem que sobre os ombros pesa a responsabilidade de decidir não na individualidade de interesses, mas em assuntos de abrangência e de repercussão nacional”, afirmou.

“Não para diminuir a discussão de um tema dessa natureza, dessa grandeza, dessa dimensão”, emendou o senador, ao frisar, mais uma vez, que o critério para a aprovação de Zanin não pode ser político. “Se fosse assim, o doutor André Mendonça não estaria sentado na Corte e cumprindo seu dever, diga-se de passagem, com responsabilidade nesses primeiros meses de sua presença no STF”, disse, em referência ao ministro “terrivelmente evangélico” indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2021.

De acordo com Pacheco, o nome de Zanin poderá ir para análise do plenário no mesmo dia da sabatina e da votação na CCJ. Nos últimos dias, o advogado de Lula tem procurado diversos segmentos da sociedade, como as lideranças evangélicas, para reunir apoio a sua candidatura à Corte. Nesta terça-feira, 13, ele deve se reunir com a bancada do PSD no Senado.

“Recebi, nesta segunda-feira, em Brasília, a visita do advogado Cristiano Zanin, que me apresentou seu histórico profissional e sua disposição de integrar o Supremo Tribunal Federal”, escreveu Pacheco hoje, no Twitter. “Acompanhou-me no encontro o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Davi Alcolumbre, que definiu para o próximo dia 21 a sabatina na comissão. Tão logo finalizadas a sabatina e a votação na CCJ, darei encaminhamento ao Plenário do Senado na mesma data”, emendou.

Na última quarta-feira, 7, o advogado se reuniu com senadores na casa do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos principais atores religiosos do Congresso. O café da manhã contou com a presença de senadores como Hiran Gonçalves (PP-RR) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

No dia anterior, Zanin havia se encontrado com o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice-presidente da Câmara e ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. “É um indicado ao STF que quer dialogar com todos os segmentos da sociedade”, disse Sóstenes.

Apesar de causar polêmica o fato de Lula ter indicado seu próprio advogado ao STF, Zanin tem causado boa impressão nesses encontros. “Acho oportuno que ele possa ter a possibilidade de apresentar aos senadores conservadores o que ele pensa sobre nossos assuntos, aí cada senador poderá fazer seu juízo de valor”, afirmou Sóstenes.

Nas conversas com os religiosos, Zanin tem se apresentado e contado a trajetória de sua família, com histórias sobre a mulher e os filhos. De acordo com relatos feitos à reportagem, o advogado tem pedido que os líderes atuem como “pontes de diálogo” com os evangélicos onde houver qualquer sinal de resistência à sua indicação ao STF.

Zanin também tem dito aos religiosos que pautas conservadoras, como aborto e drogas, caras ao segmento religioso, cabem ao Congresso. Ele tem afirmado que não cabe à Corte “legislar” sobre esses temas.