Política

Renúncia de diretoria da Petrobras apressa busca por novo comando

Renúncia de diretoria da Petrobras apressa busca por novo comando Renúncia de diretoria da Petrobras apressa busca por novo comando Renúncia de diretoria da Petrobras apressa busca por novo comando Renúncia de diretoria da Petrobras apressa busca por novo comando

Brasília – Horas depois de a presidente Dilma Rousseff acertar um acordo com Graça Foster para trocar o comando da Petrobrás após a aprovação do valor perdido por desvios na estatal, cinco diretores da empresa rejeitaram o cronograma e apresentaram um pedido de renúncia coletiva. A decisão foi acompanhada pela presidente da companhia e surpreendeu Dilma, que agora tem até amanhã, 6, para definir uma nova diretoria.

O movimento da cúpula da estatal armou uma bomba-relógio para o Palácio do Planalto. Na lista dos mais cotados para o posto despontam o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o ex-presidente da BR Distribuidora Rodolfo Landim. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta emplacar o amigo Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central em seu governo.

Dilma ficou contrariada com o desfecho da negociação para a mudança de comando na Petrobras porque tinha acertado com Graça anteontem, em reunião no Planalto, que toda a diretoria da empresa seria substituída assim que fosse resolvido o impasse contábil. O problema ocorre porque a auditoria PriceWaterhouseCoopers se recusa a assinar o balanço relativo ao terceiro trimestre de 2014 enquanto a estatal não encontrar uma solução para contabilizar as perdas provocadas pela corrupção descoberta na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Dificuldade

Na reunião, Dilma havia dito a Graça que precisava de mais tempo para mudar a diretoria, pois não estava fácil encontrar nomes do mercado dispostos a assumir a missão. À noite, quando Graça já estava no Rio, avisou à presidente que cinco diretores da empresa não aceitavam mais arcar com o desgaste da crise. Eles estavam preocupados com o pedido de explicações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a saída da presidente da estatal, que provocou a maior alta das ações da Petrobrás em 16 anos.

Sem novo acordo com o governo, Graça e os diretores da estatal divulgaram ontem nota oficializando a renúncia. Eles permanecerão nos cargos até amanhã, quando ocorrerá a reunião do Conselho de Administração da Petrobras que chancelará a nova diretoria.

Entre os cotados para o lugar de Graça, Murilo Ferreira desponta por atributos como o excelente relacionamento com o mercado financeiro e o desempenho à frente da Vale, além da simpatia da própria presidente Dilma Rousseff. O porém seria que sua escolha “vestiria um santo e desvestiria outro”.

Outro cotado, Rodolfo Landim, tem como desvantagem o fato de ter trabalhado com Eike Batista na OGX, ainda que tenha deixado o Grupo EBX antes de sua derrocada. Contra Meirelles pesa a opinião pessoal de Dilma. Quando ministra da Casa Civil, a presidente teve uma série de divergências com o número 1 do Banco Central do governo Lula. A presidente também não vê com bons olhos o ex-presidente da Vale Roger Agnelli.

O governo abriu duas frentes na busca de uma solução para o comando da estatal. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, coordena a busca de nomes para a presidência da empresa e Joaquim Levy, da Fazenda, tenta arregimentar diretores para o Conselho de Administração. Levy também está empenhado em encontrar uma metodologia capaz de desatar o nó contábil sobre as perdas com a corrupção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.