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Reunidos em Brasília, prefeitos pedem pacto federativo contra corrupção

Reunidos em Brasília, prefeitos pedem pacto federativo contra corrupção Reunidos em Brasília, prefeitos pedem pacto federativo contra corrupção Reunidos em Brasília, prefeitos pedem pacto federativo contra corrupção Reunidos em Brasília, prefeitos pedem pacto federativo contra corrupção

São Paulo – No momento em que o País enfrenta um dos maiores escândalos de corrupção de sua história, com os desvios ocorridos na Petrobras e a suspeita de fraude bilionária na sonegação de impostos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado à Receita Federal, prefeitos de todo o País pregam a realização de um pacto federativo de combate e prevenção à corrupção, envolvendo União, Estados e municípios. O objetivo é permitir que a troca de informações estratégicas e o compartilhamento de tecnologias entre os entes federativos contribuam para o cerco aos desvios e ao desperdício.

A proposta dos gestores municipais faz parte do documento de encerramento do III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, que termina hoje em Brasília, um evento promovido esta semana em Brasília pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O texto também reconhece as dificuldades econômicas que o País atravessa e argumenta que “prefeitos e prefeitas de todo o Brasil têm dado sua parcela de contribuição no enfrentamento dessa situação, e, dessa forma, apoiam e praticam, no âmbito das suas atribuições, os preceitos da responsabilidade fiscal.”

Os prefeitos alertam, no documento, que o zelo pelo equilíbrio fiscal, que vem sendo uma das principais bandeiras deste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, leve em consideração as possibilidades e capacidades de cada ente federado. “Os municípios já enfrentam um descompasso crescente entre a expansão dos serviços públicos e das despesas, e o comportamento modesto das receitas públicas. Com, isso, os municípios brasileiros encontram-se diante do grande desafio de compatibilizar a voz das ruas, que legitimamente demanda mais e melhores serviços, em especial nas áreas de saúde, educação e mobilidade urbana, e o cenário de ajustes e restrições econômicas e fiscais.”

Nessa quarta-feira, 8, representantes da Frente Nacional dos Prefeitos estiveram reunidos com a presidente Dilma Rousseff. Um dos temas de maior preocupação desses gestores é a questão da dívida dos municípios. Presente a essa reunião, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que defende a entrada em vigor do novo indexador da dívida dos Estados e municípios apenas em 2016, pediu um prazo de 15 dias para dar uma sinalização aos prefeitos sobre essa questão, pois acredita que neste período o Congresso Nacional já terá definido a matéria. E apesar de abrir um canal de diálogo, Dilma não prometeu atender essa e outras reivindicações, dizendo, inclusive que 2015 será um ano “de vacas magras”.

No documento de encerramento do III Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, os prefeitos destacam que nos últimos 30 anos o Brasil vem construindo os pilares do pleno exercício da democracia, da estabilidade econômica e dos avanços sociais. “Não iremos, em hipótese alguma, abrir mão dessas conquistas, pois elas são essenciais para construirmos cidades cada vez melhores para se viver”, reiteram.

O documento diz também que a FNP defende o pleno direito de manifestação pública e a liberdade de expressão de todos os setores da sociedade, “mas reprova veementemente qualquer proposta de rompimento da ordem institucional democrática ou de teses que não encontram amparo na Constituição Federal”. E além de conclamar um pacto federativo para o combate à corrupção, convoca as esferas de poder, os partidos políticos, as instituições públicas e privadas e as organizações da sociedade civil à defesa da retomada do crescimento econômico do País, “com a preservação da estabilidade macroeconômica e das políticas e direitos sociais, o avanço e aprimoramento das políticas de combate às desigualdades sociais e às iniquidades entre municípios e regiões”.