Política

Roberto Alvim diz que houve 'infeliz coincidência' com frase de Goebbels

Diante da reação negativa até mesmo de bolsonaristas, Alvim afirmou que o que mais o entristeceu foi a reação de Olavo de Carvalho

Roberto Alvim diz que houve ‘infeliz coincidência’ com frase de Goebbels Roberto Alvim diz que houve ‘infeliz coincidência’ com frase de Goebbels Roberto Alvim diz que houve ‘infeliz coincidência’ com frase de Goebbels Roberto Alvim diz que houve ‘infeliz coincidência’ com frase de Goebbels
Foto: Reprodução/Facebook

O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, reforçou que conversou com o presidente Jair Bolsonaro nesta manhã e que ele “entendeu que não houve má intencionalidade” de sua parte ao usar discurso quase idêntico ao do ideólogo nazista Joseph Goebbels. Antes, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Alvim já havia declarado que o presidente lhe garantiu que não será demitido. O Palácio do Planalto afirmou oficialmente que não comentará o caso.

Em entrevista à Rádio Gaúcha pela manhã, Alvim disse que houve “infeliz coincidência” com frase de Goebbels. Inicialmente, o secretário afirmou que não poderia pedir desculpas pelo episódio porque alega não ter copiado os trechos de Goebbels de forma proposital. De acordo com ele, algum assessor teria colocado a frase em sua mesa sem identificar a fonte com base em uma busca sobre nacionalismo e arte na internet.

Ele disse, ainda, que investigará quem sugeriu a frase e por quê. “Essa casca de banana que foi plantada será aferida. Não conhecia a origem disso”, afirmou. “Evidentemente que eu não sabia (que a frase reproduzida era de Goebbels), se soubesse não usaria.”

Depois, ao final, foi indagado sobre a indignação da comunidade judaica e acabou pedindo desculpas se alguém se sentiu ofendido pela referência indireta ao ideólogo nazista.

Diante da reação negativa até mesmo de bolsonaristas, Alvim afirmou que o que mais o entristeceu foi a reação de Olavo de Carvalho, que disse que ele não parecia “estar bem da cabeça”. “Vou provar ao professor Olavo, que é o meu mestre, que estou são, estou perfeito.”

‘Frase perfeita’

Ainda assim, Alvim afirmou que escreveu 90% do discurso e que a frase reescrita por ele é “perfeita”. “A frase que foi reescrita a partir da frase do Goebbels é perfeita”, disse. “A vinculação dessa ideia (sobre nacionalismo e arte) com campos de extermínio, eugenia, é produto de má intencionalidade ou analfabetismo funcional.”

Ao ser questionado, o secretário negou ser nazista e afirmou repudiar o regime que exterminou milhões de pessoas. “É claro que não, qualquer pessoa com o mínimo de sanidade mental não pode ser simpático a um regime que exterminou pessoas”, afirmou.

Alvim disse que foi sua a escolha de usar uma ópera de Richard Wagner, tocada ao fundo do vídeo. Ele alegou, no entanto, que embora fosse a favorita de Hitler, a ópera não deve ser associada ao nazismo. Ele justificou a escolha pela ligação da música com o cristianismo, sua religião.