
O candidato ao governo Carlos Manato (PL) faz nesta terça-feira (20) um jantar de adesão à sua candidatura. O valor do ingresso por pessoa custa R$ 500 e o rega-bofe vai acontecer no espaço Patrick Ribeiro, anexo ao Aeroporto de Vitória.
A iniciativa é para levantar fundos para a campanha, já que o partido de Manato só repassou R$ 100 mil para a sua candidatura ao governo. Só a título de comparação, a campanha ao Senado de Magno Malta, presidente estadual do PL, recebeu R$ 2 milhões.
Segundo o presidente, Manato sabia, ao se filiar ao PL, que não teria recursos do partido para a campanha. “Quando o presidente da República entra no partido então entende-se que todo o dinheiro vai para o presidente. Eu disse a ele: ‘Vou te filiar, mas não temos dinheiro para outra campanha a não ser a minha, fomos ao presidente do partido. Manato disse que iria bancar sua campanha e que queria se filiar ao PL mesmo sem ter o Fundo Partidário”, disse Magno Malta.
O ex-senador disse que Manato não vai ter mais recursos do partido. “Eu até me assustei quando vi os R$ 100 mil, porque achei que (o valor) era meu, porque ele não iria receber nada”. Magno também disse que não vai dividir o seu valor com o correligionário. “São só R$ 2 milhões para a campanha de senador, não vou dividir não. Até porque eu não tenho recursos, o Manato é um homem rico, ficou rico como médico, dispõe de valores”, disse o candidato.
Na declaração de bens registrada no TSE, Manato disse dispor de R$ 10,2 milhões entre dinheiro, imóveis e aplicações. Ele confirmou que realmente foi combinado que ele não teria recursos do partido para bancar sua campanha. “Está tudo bem, eu já sabia que seria assim”.

Questionado se a falta de investimento da sigla em Manato sinalizava que a legenda não estaria levando a candidatura a governo a sério – já que o limite de gastos para uma campanha a governador no Estado é de R$ 7,1 milhões –, Magno Malta disse que o motivo é outro: “Não é o fato de ser ou não ser competitiva, é que o recurso é todo para lá (candidatura à Presidência da República)”, disse Malta.
Outros candidatos receberam
Manato, porém, é o único candidato ao governo do PL, em todo o país, que recebeu valores tão irrisórios para sua campanha. Todos os outros 13 candidatos da sigla receberam do diretório nacional do PL de R$ 600 mil a R$ 11 milhões para disputar o governo de seus estados, segundo dados do Divulgacand do TSE.
Na região Norte, o repasse total para as candidaturas ao governo foi de R$ 10,5 milhões. No Pará, Zequinha Marinho recebeu R$ 5 milhões. Em Rondônia, Marcos Rogério recebeu R$ 4 milhões e no Tocantins, o repasse ao candidato Ronaldo Dimas foi de R$ 1,5.
No Nordeste, foram enviados R$ 17,2 milhões. O maior repasse do país foi para o candidato ao governo de Pernambuco, Anderson Ferreira, que recebeu R$ 11 milhões. João Roma, candidato ao governo da Bahia, recebeu R$ 1,6 milhão. Nilvan Ferreira, que disputa o governo da Paraíba, recebeu R$ 1 milhão. O candidato do PL que vai disputar o governo do Piauí, Coronel Diego Melo, recebeu R$ 600 mil.

O PL doou até para o seu candidato ao governo de Sergipe, Valmir de Francisquinho, que teve a candidatura indeferida e entrou com recurso para continuar na disputa. Para ele, o repasse do diretório nacional foi de R$ 3 milhões. Na região Centro-Oeste, Major Vitor Hugo, que disputa o governo de Goiás, recebeu R$ 7 milhões.
Já a região Sudeste, além dos R$ 100 mil de Manato, Carlos Viana, que disputa o governo de Minas Gerais, conta com um repasse de R$ 6,4 milhões. No Rio, o governador e candidato à reeleição Cláudio Castro recebeu R$ 6 milhões do partido.
No Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni recebeu R$ 8 milhões e Jorginho Mello, que disputa o governo de Santa Catarina, tem na conta R$ 9 milhões.
Ou seja, tirando o Espírito Santo, o candidato ao governo que recebeu menor recurso do PL tem seis vezes o valor do candidato capixaba. O que recebeu mais, tem 110 vezes o valor que Manato recebeu para gastar na campanha.
O jantar que Manato está organizando visa equilibrar um pouco as finanças, mas se ele quiser ter mesmo uma candidatura competitiva – só a título de comparação, o governador Casagrande recebeu de doação do seu partido (PSB) para a campanha R$ 3,5 milhões – vai ter que enfiar a mão no bolso. E logo: faltam apenas duas semanas para as eleições.