Política

Senado aprova projeto de renegociação de dívidas

Senado aprova projeto de renegociação de dívidas Senado aprova projeto de renegociação de dívidas Senado aprova projeto de renegociação de dívidas Senado aprova projeto de renegociação de dívidas

Brasília – O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que altera o indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. A proposta, que segue para a sanção presidencial, contou com o apoio unânime de 61 senadores que votaram. Acompanharam a sessão governadores e prefeitos de Estados que serão beneficiados com a mudança, como o prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad.

A proposta foi apresentada pelo Executivo no início do ano passado ao Congresso Nacional e sofreu alterações na Câmara dos Deputados. O projeto original previa a troca do indexador das dívidas atuais, o IGP-DI mais 6% a 9% ao ano, pelo IPCA mais 4% anual ou pela taxa Selic (atualmente em 11,25% ao ano), o que for menor dos dois no momento. Quando passou pela Câmara, os deputados permitiram que o fator de correção tivesse efeito retroativo. Na prática, essa mudança concede um desconto no estoque da dívida para os entes federados.

Pressionado pela base aliada, pela oposição e por administradores estaduais e municipais, o governo Dilma Rousseff e a equipe econômica cederam nesse último ponto. De acordo com o parecer do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), a adoção da retroatividade implica uma redução de R$ 360,8 bilhões do passivo de governos estaduais e prefeituras com a União. A retroatividade tem efeito desde a assinatura do contrato de renegociação das dívidas, a maioria deles assinados no final da década de 1990, a janeiro de 2013.

A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, deve ter um desconto de cerca de R$ 20 bilhões no estoque da dívida, segundo estimativas não oficiais do município. A Prefeitura refinanciou R$ 11,3 bilhões da dívida, pagou R$ 19,5 bilhões em serviços de juros e do principal, mas, ainda sim, tem um rombo a pagar de R$ 57 bilhões.

Antes da votação, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que o projeto fortalece o pacto federativo e recupera a capacidade de investimento dos governos estaduais e municipais. Em defesa da tribuna do Senado, o relator do projeto também pediu apoio dos colegas ao seu parecer. “Eu resumo o meu pronunciamento convocando os meus nobres pares para que aprovem o projeto, não só pelo bem dos Estados, mas pelo bem do nosso País e para que tenhamos reconquistada a capacidade de investimento público”, afirmou Luiz Henrique.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), empenhou-se pessoalmente na aprovação da matéria. Um dos Estados mais beneficiados, o de Alagoas, tem uma das maiores dívidas e, a partir de 2015, será governado pelo filho de Renan, o deputado federal Renan Filho (PMDB). O parlamentar defendeu na campanha eleitoral a aprovação da matéria para ter caixa a fim de fazer investimentos.

Além de Fernando Haddad, acompanhou a votação o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB), também passaram pelo Senado e defenderam a aprovação da matéria.