Política

Senado rebate críticas ao voto impresso em manifestação ao STF

Os órgãos estão se manifestando porque a Procuradoria-Geral da União (PGR) quer derrubar no Supremo a norma da Reforma Eleitoral de 2015

Senado rebate críticas ao voto impresso em manifestação ao STF Senado rebate críticas ao voto impresso em manifestação ao STF Senado rebate críticas ao voto impresso em manifestação ao STF Senado rebate críticas ao voto impresso em manifestação ao STF
Foto: Agência Brasil
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Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado Federal rebateu as críticas de que o voto impresso colocaria em risco o segredo do voto. Feito respondendo a um pedido do ministro Gilmar Mendes, relator da ação que questiona o uso do voto impresso para as eleições de 2018, o parecer afirma que o dispositivo “é avançado, dado que aumenta a transparência do sistema”.

Gilmar já recebeu as manifestações da Advocacia-Geral da União (AGU), em nome do governo, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que afirmou que o voto impresso é “inegável retrocesso no processo de apuração das eleições”, e coloca em risco o segredo do voto “sem aparente utilidade concreta” para a transparência das eleições.

Os órgãos estão se manifestando porque a Procuradoria-Geral da União (PGR) quer derrubar no Supremo a norma da Reforma Eleitoral de 2015 que introduziu o voto impresso a partir do pleito deste ano. De acordo com Raquel Dodge, procuradora-geral da República, a ferramenta “caminha na contramão da proteção da garantia do anonimato do voto e significa verdadeiro retrocesso”.

Para o Senado, a PGR, ao tentar alterar a decisão do Congresso, transforma o Supremo Tribunal Federal em instância revisora de um processo “eminentemente político, ainda que também jurídico”. Ainda afirma que a interferência do Poder Judiciário no legislativo só pode ser “tolerada” em casos “excepcionalíssimos e constitucionalmente permitidos, o que não ocorre na ação em tela.”

TSE

Seguindo a legislação de 2015, o TSE aprovou no início de março a resolução que estabelece o registro impresso do voto nas eleições de 2018. Na manifestação enviada ao Supremo, na semana passada, há uma lista de preocupações técnicas da Corte sobre a ferramenta.

A manifestação pontua os principais riscos envolvidos na implementação do voto impresso, entre eles a possibilidade de que discrepâncias entre votos eletrônicos e impressos não possam ser reconciliados e, portanto, não resolvidas, a ausência de solução técnica para a conferência do voto pelo eleitor com deficiência visual, e para a situação de falha de impressão ou atolamento de papel antes da confirmação do voto pelo eleitor. Segundo o Senado, a situação de falha é “remotíssima” e sem precedentes em eleições com voto impresso.