Política

Senador capixaba defende divulgação integral de conteúdo das delações

Ricardo Ferraço comentou ainda que o quadro político vai se complicando com informações como a dada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machad

Senador capixaba defende divulgação integral de conteúdo das delações Senador capixaba defende divulgação integral de conteúdo das delações Senador capixaba defende divulgação integral de conteúdo das delações Senador capixaba defende divulgação integral de conteúdo das delações
Ele não arriscou avaliar se as novas revelações alterarão as tendências de voto na comissão do impeachment Foto: ​Reprodução

Brasília – O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) defendeu neste sábado, 4, que o conteúdo das delações premiadas no âmbito da Lava Jato deve ser divulgado na íntegra, para que toda a sociedade tenha conhecimento e os senadores possam decidir sobre o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff com mais elementos.

“Nada disso me surpreende”, comentou ele, a respeito da informação publicada pela revista IstoÉ, segundo a qual Dilma teria dito ao empresário Marcelo Odebrecht que ele deveria pagar os R$ 12 milhões pedidos por Edinho Silva, então tesoureiro de sua campanha à presidência em 2014. Essa informação constaria da delação do empreiteiro.

“A revelação desmascara a tentativa de Dilma Rousseff e seus apoiadores de vitimizá-la”, avaliou Ferraço. “Propina para gastos de campanha, para pagar cabeleireiro, é coisa de quem não tem pudor.”

Ele não arriscou avaliar, porém, se as novas revelações alterarão as tendências de voto na comissão do impeachment, do qual é integrante. “Mas estou convicto que o retorno dela é um desastre absoluto.” As delações não integram formalmente o processo de impeachment, que trata de pedaladas fiscais, mas ajudam a compor o julgamento político que, segundo Ferraço, é dado “pelo conjunto da obra.”

O senador comentou ainda que o quadro político vai-se complicando com informações como a dada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que teria negociado e repassado R$ 70 milhões em propinas, sendo R$ 30 milhões para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), R$ 20 milhões para o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e outros R$ 20 milhões para o ex-presidente José Sarney. Essa revelação foi feita pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.