Política

Servidores da Funai fazem protesto contra loteamento político da fundação

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Servidores públicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) apresentam nesta terça-feira, 12, na Câmara dos Deputados, uma carta pública contra o loteamento políticos da instituição e o sucessivo desmonte das ações indigenistas realizadas pelo órgão ligado ao Ministério da Justiça.

Uma relação de 36 organizações socioambientais assina a carta pública, entre estas a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Indigenistas Associados (INA) e o Instituto Socioambiental (ISA).

No documento, as organizações repudiam “a ingerência de interesses alheios ao indigenismo na instituição”, ao mencionar a exoneração do diretor de administração da Funai, Francisco José Nunes Ferreira. O ex-diretor foi afastado do cargo no dia 23 de maio pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ter revelado gravações nas quais o ex-diretor indicava favorecimento de empresas predeterminadas para compras do setor de informática da Funai, orientado por pedidos feitos por parlamentares.

“Vimos repudiar a ingerência de interesses alheios ao indigenismo na instituição e exigir a indicação, para assumir a diretoria em questão, de um (a) servidor(a) do próprio quadro técnico efetivo do órgão ou pessoa com expertise técnica compatível com as atribuições do cargo”, afirmam as organizações.

A carta afirma que a Funai, responsável por promover e proteger os direitos de mais de 300 povos indígenas, cujos territórios abrangem aproximadamente 14% do território nacional, vem sofrendo com ingerências político-partidárias por meio de nomeações sem critérios técnicos nem comprometimento com as questões indígenas.

Os servidores também criticam o progressivo loteamento político do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), responsável pela fiscalização de unidades de conservação ambiental. Os próprios servidores do IMBio estão mobilizados contra novas indicações a órgãos feitas pelo governo e exigem nomes técnicos para os cargos. Procurada, a Funai não se manifestou sobre a carta pública.