Política

Sob pressão, Alckmin revê estratégia nas redes sociais

Tucanos e aliados admitem reservadamente que a campanha ainda não encontrou uma narrativa nas redes sociais

Sob pressão, Alckmin revê estratégia nas redes sociais Sob pressão, Alckmin revê estratégia nas redes sociais Sob pressão, Alckmin revê estratégia nas redes sociais Sob pressão, Alckmin revê estratégia nas redes sociais
São Paulo – O governador Geraldo Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016 na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – O governador Geraldo Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016 na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
As redes sociais da campanha tucana serão assumidas pelo jornalista Alexandre Inagaki (Foto/reprodução)

As mais recentes pesquisas sobre a eleição presidencial que mostram Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, ainda no patamar de um dígito das intenções de voto pressionam a equipe de comunicação da campanha e causaram a primeira baixa no time do tucano. Responsável pela área digital, o publicitário Marcelo Vitorino foi retirado do cargo na quinta-feira, 23.

Tucanos e aliados admitem reservadamente que a campanha ainda não encontrou uma narrativa nas redes sociais para “desconstruir” o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e alavancar Alckmin.

Bolsonaro lidera as sondagens no cenário sem a presença de Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Lava Jato e registrado como candidato do PT.

As redes sociais da campanha tucana serão assumidas pelo jornalista Alexandre Inagaki. A área é considerada elemento-chave na campanha de Alckmin por ser uma arena na qual Bolsonaro tem a presença mais consolidada.

No Facebook, por exemplo, o candidato do PSL possui 5,5 milhões de seguidores; Lula tem 3,7 milhões e Alckmin, 912,6 mil.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o candidato do PSDB está insatisfeito com a ação nas redes sociais e que Vitorino também se desentendeu com membros da equipe do marqueteiro Lula Guimarães.

Dirigentes de siglas do Centrão – grupo formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB – também estão incomodados e disseram a Alckmin que a campanha precisa mudar e expor fragilidades e contradições de Bolsonaro.

Na avaliação do bloco, as mídias sociais do candidato estão muito “burocráticas” e não atraem eleitores.

A pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na segunda-feira, mostrou Alckmin com 7% das intenções de voto no cenário sem Lula.

Bolsonaro lidera com 20%, Marina Silva (Rede) tem 12% e Ciro Gomes (PDT), 9% – o resultado fez as campanhas reverem suas estratégias, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo. Já na pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira, Alckmin apareceu com 9% das intenções de voto no cenário sem Lula.

Bolsonaro está na frente do ex-governador no Estado de São Paulo e avança sobre o eleitorado tucano. Nesta semana o candidato do PSL iniciou um périplo no interior paulista, tradicional reduto do PSDB – na quarta-feira, vinculou Alckmin à Lava Jato.

A campanha de Alckmin ainda testa a melhor forma de atacar Bolsonaro. Embora haja a convicção da necessidade de se iniciar o quanto antes uma ofensiva contra o rival, o diagnóstico é o de que todo o cuidado é pouco para não perder apoio.

A avaliação na campanha é que o PT tem uma vaga garantida no segundo turno e que Alckmin é o candidato com mais estrutura e narrativa para disputar com os petistas.

A resiliência de Bolsonaro nas pesquisas, contudo, causa apreensão no comitê alckmista. A ideia é usar parte das 12 inserções diárias de 30 segundos a que o PSDB tem direito na TV para atacar o candidato do PSL. A “dose” pode aumentar dependendo do resultado.

Parte do entorno de Alckmin defende que o próprio candidato adote um tom mais agressivo e direto contra Bolsonaro, mas outra corrente advoga a tese que o ideal é preservá-lo e usar apenas os comerciais para a “propaganda negativa”.

Vitorino minimizou sua saída. “Isso já estava combinado desde o primeiro momento.”

Após ser procurado pela reportagem, Lula Guimarães fez uma postagem dizendo que Vitorino “foi promovido” para a área de mobilização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.