
Primeira-dama de Colatina, a médica Lívia Vasconcelos, 30 anos – esposa do prefeito Renzo Vasconcelos (PSD) – tem ocupado espaço no mercado político capixaba. E não como coadjuvante.
Lívia passou a ter o nome fortemente cotado para participar das eleições do ano que vem. A princípio, a aposta seria dela ser candidata à deputada estadual, para fortalecer a chapa do PSD à Assembleia.
Mas a cirurgiã geral, doutora em Ciências da Saúde, produtora rural e mãe de dois bebês – Ava, de 4 meses, e Otto, de 2 anos e 3 meses – pode ter o nome alçado até para vice em uma eventual chapa ao governo.
Em entrevista exclusiva à coluna De Olho no Poder, Lívia admite a possibilidade de disputar, confessa que gosta de política e de “ajudar as pessoas” e que quer contribuir com o grupo político liderado pelo marido.
“Eu me considero uma soldada do meu partido, o PSD, e também uma soldada do grupo político do Renzo, que vem levantando meu nome como possível pré-candidata. Se vier a acontecer, será de acordo com o que o grupo demandar”, disse Lívia à coluna.
O PSD, hoje, caminha muito próximo ao partido Republicanos, que tem o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, como pré-candidato ao Governo do Estado.
Sem contar com o PP – que tem a vice-prefeita, Cris Samorini, na gestão em Vitória mas que ainda não definiu em que palanque estará em 2026 –, o PSD é hoje o principal aliado do Republicanos, com peso e chance de pleitear, por exemplo, o espaço de vice.
Um nome que também já foi cogitado para fazer uma dobradinha com Pazolini no ano que vem é o do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) – o que demonstraria que o PSD tem interesse na vaga.
Assim como Guerino, Lívia também somaria na construção da chapa, complementando o que faltaria no prefeito: é de uma grande cidade do interior, é mulher, de uma família tradicional na região e na política e tem bom trânsito em dois potenciais redutos eleitorais: saúde e meio rural, já que é produtora de cacau e café.

“Pavor de extremismo”
Filiada ao PSD, Lívia disse que se identifica com o partido e que se for disputar, será pela legenda. Com um perfil mais voltado à centro-direita, a médica disse ter “pavor” de extremismo.
“Eu me identifico como uma mulher de centro-direita, do equilíbrio. Gosto muito de dialogar com as partes, mas eu tenho pavor de extremismo. Acho que o melhor caminho é sempre o da ponderação, buscar ações e diálogos que vão ajudar as pessoas”, explicou.
Em Colatina, Lívia é conhecida pela sua profissão – ela é especializada em cirurgia oncológica –, mas também tem fama de ser carismática e de se empenhar, de corpo e alma, em todas as campanhas eleitorais enfrentadas por Renzo.
Ela nunca disputou eleições e também não ocupa cargo político, nem na gestão de Colatina e nem no partido.
Mas, se a estreia nas urnas ocorrer de fato no ano que vem, Lívia já tem suas principais bandeiras: saúde e agro. “Minha principal bandeira é a saúde, que é o que eu exerço todos os dias, oito horas por dia. O agro também viria para somar, está nas minhas raízes”.

A primeira-dama é ciente do papel que poderá desempenhar se for eleita à Assembleia, por exemplo. “Seria uma representatividade muito boa para Colatina, poderia facilitar diálogos com o governo e a vinda de recursos para a cidade”.
Hoje, o deputado estadual e ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli (Republicanos), que está de mudança para o PSD, já definiu que não irá disputar a reeleição, o que abre espaço, também, para a primeira-dama.
A favor de Lívia está o fato do marido ser o presidente do PSD no Estado, responsável por gerir os recursos e arbitrar as candidaturas. Segundo Lívia, Renzo é quem dará a palavra final sobre sua eventual candidatura.
“Vou ser muito sincera: a candidatura só vai acontecer se o Renzo quiser. Minha família é o que eu tenho de mais precioso. Não tenho ego e nem sede de poder. Eu disputaria para ajudar as pessoas e o grupo. Eu sou muito realizada na minha profissão, eu amo operar. Amo cuidar de pessoas. Como todo cirurgião, gosto de colocar a mão na massa e resolver o problema o mais rápido possível. Esse é o meu perfil. O que for definido é o que eu vou acompanhar”, disse a primeira-dama.
De todo modo, Lívia disse que a decisão de disputar ou não ficará para 2026:
“Qualquer decisão precisa ser feita no tempo certo. A gente precisa escutar os outros atores políticos, os que já são mandatários. Eu não posso antecipar essa decisão, esse calendário, se eu vou ser candidata ou não, à Assembleia ou a outro cargo. A gente vai observar o retrato político do momento, a decisão só vai acontecer em 2026”, afirmou.
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