Política

STF abre inquérito para apurar envolvimento de Júlio Delgado na Lava Jato

STF abre inquérito para apurar envolvimento de Júlio Delgado na Lava Jato STF abre inquérito para apurar envolvimento de Júlio Delgado na Lava Jato STF abre inquérito para apurar envolvimento de Júlio Delgado na Lava Jato STF abre inquérito para apurar envolvimento de Júlio Delgado na Lava Jato

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para investigar suposto envolvimento do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) na Operação Lava Jato. O pedido de abertura do inquérito, feito pela Procuradoria-Geral da República, chegou ao gabinete do ministro Teori Zavascki, relator dos casos envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras na Corte, que autorizou o início da apuração. Na quarta-feira, 16, Zavascki encaminhou todo o material relativo ao parlamentar para a Polícia Federal, que junto com a PGR é responsável por realizar as medidas de investigações do deputado.

Delgado foi mencionado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada, segundo revelou a revista Veja. Nos depoimentos, o empreiteiro entregou uma planilha com repasses de propina que a empresa teria feito a campanhas e partidos políticos, na qual consta que Delgado foi destinatário de R$ 150 mil.

O conteúdo do pedido de investigação feito pela PGR é mantido em sigilo no STF. Delgado é o segundo político do PSB investigado na Lava Jato perante o Supremo. Além dele, o senador Fernando Bezerra (PE) é alvo de um inquérito desde março.

No total, 62 pessoas – incluindo parlamentares com mandato e um ministro de Estado – já são investigados perante o STF e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Há ainda investigações já abertas pelo Supremo que permanecem ocultas no sistema do Tribunal, sem divulgação de nome dos investigados. A maioria dos casos sigilosos tem como base a delação de Ricardo Pessoa, mantida em segredo de justiça.

O deputado do PSB disse não ter sido notificado ainda a respeito da investigação. Ele confirma que a UTC realizou uma doação ao diretório do partido, que foi distribuída entre 16 candidatos, com devido registro nas prestações de contas. “Para a minha campanha direta não foi um centavo da UTC. Nunca passei na porta da Petrobras, não poderia intermediar nenhum tipo de favor para essas empresas”, afirmou Delgado. O parlamentar se definiu ainda como “absolutamente tranquilo” com o andamento das investigações. “Tenho consciência da minha isenção e inocência e confio na imparcialidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot”, disse.

De acordo com reportagem da Veja, o deputado mineiro teria recebido doações da UTC para barrar a convocação do dono da empresa, Ricardo Pessoa, na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados. Delgado afirma que apresentou requerimento de Pessoa no primeiro dia de instalação da CPI e que o empreiteiro se manteve em silêncio diante dos questionamentos. “O empresário calou-se, respondendo com seu silêncio”, disse Delgado.