Política

STF tem maioria para rejeitar recurso de capixaba que viajou 26h para participar de atos golpistas

Moradora de Cariacica foi condenada por incitação ao crime contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa

STF tem maioria para rejeitar recurso de capixaba que viajou 26h para participar de atos golpistas STF tem maioria para rejeitar recurso de capixaba que viajou 26h para participar de atos golpistas STF tem maioria para rejeitar recurso de capixaba que viajou 26h para participar de atos golpistas STF tem maioria para rejeitar recurso de capixaba que viajou 26h para participar de atos golpistas
Ana Maria Ramos Lubase, capixaba condenada por envolvimento no 8 de janeiro
Foto: Reprodução/Facebook

Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (11), para rejeitar um recurso apresentado pela capixaba Ana Maria Ramos Lubasecondenada por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e manter a condenação.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, entende que o pedido da defesa por esclarecimentos reproduz “mero inconformismo com o desfecho do julgamento”.

A moradora de Cariacica confessou ter viajado 26 horas de ônibus, saindo de Vila Velha, para chegar a Brasília e acampar com outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que incitavam um golpe de Estado.

Ana Lubase foi condenada por incitação ao crime contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa.

Seguiram o voto do relator, até então, os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli, André Mendonça, Flávio Dino, Edson Fachin, Nunes Marques, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Esta é a segunda vez que a defesa da capixaba apresenta recurso para contestar a decisão da Corte. Em fevereiro deste ano, os ministros também rejeitaram os embargos de declaração.

Para Moraes, a contestação à decisão do Tribunal é cabível “nas hipóteses de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão no julgado atacado”.

“No presente caso, não se constata a existência de nenhuma dessas deficiências”, alega o ministro. Por isso, ele defende que o STF rejeite o embargos de declaração.

A defesa de Ana Lubase contestou a competência do STF para julgar o caso, pediu anulação dos vídeos apresentados pela acusação e das declarações prestadas pela ré na fase pré-judicial.

Capixaba nos atos golpistas do 8 de janeiro

Conforme a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Ana Maria Ramos Lubase participou “de forma estável e permanente” dos ataques à Praça dos Três Poderes após o resultado das eleições de 2022.

Ela ficou acampada em frente ao Quartel-General do Exército, “incitando publicamente a prática de atos que buscavam a abolição do Estado Democrático de Direito e a destituição do governo legitimamente eleito”, o que configura as práticas criminosas.

A capixaba ainda permaneceu no acampamento até o dia 9 daquele mês, “de modo a manter vivo o movimento desordeiro e a busca por um golpe de Estado, até sua detenção pela Polícia Militar do Distrito Federal”.

Ana Lubase foi detida no dia 9 daquele mês e conduzida à Polícia Federal.

Nos autos do processo, consta que a condenada se associou voluntariamente à associação criminosa com propósito ilícito e que confessou ter ido a Brasília “para conhecer e fazer parte dos acampamentos, nos quais havia diversas faixas de teor antidemocrático, o que demonstra sua adesão consciente à conduta perpetrada”.

Com base nos crimes, a pena foi fixada em um ano de reclusão em regime aberto e pagamento de 20 dias-multa no valor de meio salário mínimo (R$ 13 mil).

A pena privativa de liberdade foi convertida para a restrição de direitos. Sendo assim, Ana Lubase vai prestar serviços à comunidade por 225 horas, participar de curso sobre a democracia, ficar sem redes sociais e passaporte.

Além disso, a ré foi condenada a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 5 milhões.

Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.