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STJ confirma trancamento de ação contra Marcelo Miller por 'inépcia' da denúncia

STJ confirma trancamento de ação contra Marcelo Miller por ‘inépcia’ da denúncia STJ confirma trancamento de ação contra Marcelo Miller por ‘inépcia’ da denúncia STJ confirma trancamento de ação contra Marcelo Miller por ‘inépcia’ da denúncia STJ confirma trancamento de ação contra Marcelo Miller por ‘inépcia’ da denúncia

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça confirmou, por unanimidade, decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que trancou ação contra o ex-procurador da República Marcelo Miller, acusado de aceitar ‘promessa de vantagem indevida’ de R$ 700 mil para orientar executivos do grupo J&F a celebrar acordo de confidencialidade com a Procuradoria-Geral da República. Tal pacto, posteriormente, resultou uma delação premiada.

O Ministério Público Federal pedia que o ex-procurador fosse colocado no banco dos réus, mas o colegiado do STJ corroborou o entendimento da Corte Regional de rejeitar a denúncia por ‘inépcia’.

A decisão questionada pela Procuradoria foi dada pelo TRF-1 no bojo de um habeas corpus impetrado pela defesa de Miller. O Ministério Público Federal argumentou que o acórdão seria ‘prematuro’, sustentando que a denúncia preenche os requisitos necessários e descreve os fatos imputados aos acusados.

Para a Procuradoria, Miller ‘aceitou’ os R$ 700 mil em razão do cargo de procurador. O órgão narra que o acusado teria orientado os executivos da J&F dois meses antes de deixar formalmente o MPF, em 5 de abril de 2017.

Já a defesa de Miller alega que não há indícios de que o então procurador tenha usado seu cargo para obter vantagens, tampouco influenciado a formalização do acordo de delação com a PGR.

Em sustentação oral, o advogado do ex-procurador ressaltou que Miller anunciou sua saída do MPF em fevereiro, mês em que teriam sido iniciadas as condutas supostamente ilícitas, segundo a Procuradoria.

Ao defender o não conhecimento do recurso do MPF, o relator, ministro Antonio Saldanha, destacou que a ação penal foi trancada em razão da inépcia da denúncia, sob a conclusão de que a peça de acusação não traria elementos de convencimento para a investigação por não definir a ‘ação típica’ praticada pelos acusados.

“A imputação de corrupção passiva é grave demais para que fique na especulação de potencialidade”, ressaltou.

À época dos fatos, o caso colocou Miller na mira de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. O então presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), chegou a divulgar que Miller recebeu R$ 449 mil do escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe Advogados, responsável pelo acordo de leniência da J&F.