Política

Supremo volta do recesso com pautas bombas na agenda

Presidente Dias Toffoli definiu assuntos até o meio do ano, mas deixou de fora a finalização de temas importantes, como prisão em segunda instância

Supremo volta do recesso com pautas bombas na agenda Supremo volta do recesso com pautas bombas na agenda Supremo volta do recesso com pautas bombas na agenda Supremo volta do recesso com pautas bombas na agenda
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Toffoli terá como primeira “pedreira” pontos polêmicos da Lei de Responsabilidade Fiscal

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta do recesso nesta segunda-feira (3) com a pauta abarrotada para este ano. As discussões que ficaram de 2019 e a escolha de um novo ministro na Corte, o órgão será ainda mais pressionado pela opinião pública e pelos poderes Legislativo e Executivo.

O STF perde neste ano o ministro Celso de Mello. Por completar 75 anos em novembro, o decano da Corte será obrigado por lei (artigo 100 da emenda constitucional nº 88), a deixar a Casa na qual trabalha desde 1989, abrindo espaço para o primeiro indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Marco Aurélio sai em junho de 2021.

Já na primeira sessão, os ministros devem retomar o julgamento de pontos polêmicos da Lei de Responsabilidade Fiscal. E já de cara o governo federal deve ter uma derrota. Foi formada maioria para barrar a diminuição de jornada e salário dos servidores públicos.

Estão programados para fevereiro ainda temas como a execução da pena após condenação em tribunal do júri, o tabelamento de frete dos caminhoneiros e a redução de 60% da base de cálculo do ICMS de agrotóxicos em viagens entre estados.

A discussão relacionada aos tribunais do júri, acionados em crimes dolosos contra a vida, será no dia 12. Ela ganhou força em decorrência da decisão da Corte, de novembro do ano passado, de proibir o cumprimento de pena antes do fim do processo. 

Em março entra na pauta a doação de sangue por homens gays – uma regra do Ministério da Saúde não permite a coleta desse grupo. E também será debatido se pessoas que têm diploma de curso superior continuarão com o direito à prisão especial. No mesmo mês, os ministros debatem se continua a valer a proibição de filiação partidária de eleitores já inscritos em outro partido.

Se o STF mudar essa regra, facilitará a criação do novo partido do presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil.

Em abril e maio entra mais uma sequência de assuntos espinhosos, entre os quais o julgamento da reforma do ensino médio, de 2016, que permite a contratação de professores sem licenciatura. E a modificação da distribuição de royalties da exploração de petróleo, que colocará governadores de todo o País na porta dos gabinetes dos ministros. Este assunto interessa especialmente o Espírito Santo, que pode sair perdendo com o processo.

Ainda em maio, julgarão se é constitucional o contrato de trabalho intermitente, criado na reforma trabalhista aprovada pelo ex-presidente Michel Temer.

O primeiro semestre se encerra com a possibilidade de anulação da delação dos executivos do Grupo J&F, marcado para 17 de junho. O caso é relatado pelo ministro Edson Fachin e pode representar mais uma derrota imposta pelo STF à Operação Lava Jato.

Toffoli será pressionado também para colocar na agenda outras quatro pautas bombásticas que começaram a ser analisadas no ano passado. Uma delas, a definição de como funcionará o juiz de garantias, criado no pacote anticrime do  ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e sancionado por Jair Bolsonaro em dezembro.

Em 15 de janeiro, Toffoli, defensor da figura que teria como função evitar excessos na investigação e no julgamento, adiou o assunto, protelando por seis meses a criação do juiz de garantias. Exatamente uma semana depois, em seu plantão no Supremo, o vice-presidente Luiz Fux suspendeu por tempo indeterminado a implantação dessa mudança nas ações judiciais. A decisão irá valer até que o plenário decida as novas regras.

Com informações do Portal R7

Edu Kopernick

Editor de Economia

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.

Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.