Política

Suspeitos souberam antes da operação, indica PF

Suspeitos souberam antes da operação, indica PF Suspeitos souberam antes da operação, indica PF Suspeitos souberam antes da operação, indica PF Suspeitos souberam antes da operação, indica PF

Brasília – O delegado Márcio Adriano Anselmo, chefe da Operação Lava Jato, registrou em documento enviado à Justiça federal nesta terça-feira indícios de que os investigados na Operação Lava Jato sabiam previamente das buscas e apreensões realizadas na última sexta-feira.

A documentação foi encaminhada pouco antes de o empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fenando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de desvios da estatal, se entregar à PF em Curitiba. “No curso do cumprimento dos mandados de busca e apreensão na empresa OAS, os policiais foram surpreendidos, quando chegaram na madrugada, com a presença de três advogados no local”, afirmou Anselmo em documento enviado ao juiz federal Sérgio Moro. Ele anexou o auto circunstanciado escrito à mão pelos policiais que realizam a busca na empresa.

Ele também registrou um segundo fato como indício de vazamento da ação policial: a viagem realizada pelo presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, que reside em São Paulo, para a cidade de Salvador na noite de quinta-feira, véspera das buscas e apreensões.

“Assim, os elementos indicam que teria ocorrido o vazamento das diligências a serem empreendidas nos locais de busca”, afirma o delegado.

Soltura

O delegado também manifestou-se hoje pela soltura de nove presos da sétima fase da Operação Lava Jato. Estão nesse grupo Ednaldo Alves da Silva e Carlos Alberto da Costa Silva (UTC); Carlos Eduardo Strauch Albero e Newton Prado Júnior (Engevix); Otto Garrido Sparenberg e Valdir Lima Carreiro (Iesa); e Jayme Alves de Oliveira Filho, policial federal que trabalhava para Alberto Youssef.

O delegado pediu a prorrogação das prisões temporárias de Renato Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, do presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, e do presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa. Também podem ter sua prisão prorrogada Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS em São Paulo, de Alexandre Portela Barbosa, advogado da OAS, e de Walmir Pinheiro Santana, da UTC.

Em documento endereçado ao juiz federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro, o delegado justificou sua solicitação dizendo que a investigação tem “grande complexidade” dada “a estrutura de desvio de recursos públicos, mediante possível cartelização e fraudes em procedimentos licitatórios, bem como a exigência de vantagens ilícitas a agentes públicos, com a estruturação de complexa rede de atuação para a lavagem dos valores”.

“Destaque-se ainda que foi arrecadado grande quantidade de material no curso das diligências de busca e apreensão, que demandam análise, ao menos preliminar, para eventuais esclarecimentos dos presos”, afirmou o delegado. As primeiras prisões da sétima fase da Lava Jato, realizadas na última sexta-feira, vencem nesta terça. Por isso o delegado se manifestou sobre a prorrogação. Outro dois presos, Danton dos Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa, e João Ricardo Auler, presidente do conselho da Camargo Corrêa, só se entregaram nos sábado e, por isso, os cinco dias só vencem para eles nesta quarta-feira.