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TCU adia definição de processo que constatou superfaturamento no Senado

TCU adia definição de processo que constatou superfaturamento no Senado TCU adia definição de processo que constatou superfaturamento no Senado TCU adia definição de processo que constatou superfaturamento no Senado TCU adia definição de processo que constatou superfaturamento no Senado

Brasília – O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) adiou o julgamento do mérito do processo que trata de superfaturamento de R$ 14 milhões em contrato do Senado de prestação de serviços de auxiliar técnico de informática entre 2006 e 2009, envolvendo o ex-diretor geral do Senado Agaciel Maia (PR-DF) e o ex-senador e ex-primeiro secretário do Senado, Efraim Morais (DEM-PB).

Apesar de três votos dados pela responsabilização imediata dos dois políticos, a maioria dos ministros entendeu que era necessário devolver o processo à área técnica do TCU para citar outros gestores do Senado no processo e apurar a responsabilidade deles. A lógica do ministro Vital do Rego, que iniciou a divergência e saiu vitorioso, é que não seria correto julgar Maia e Morais antes dos demais possíveis responsáveis pelo superfaturamento.

O processo aguarda julgamento há um longo período. A auditoria que responsabiliza Efraim Morais e Agaciel Maia é do ano de 2012, e o Ministério Público se manifestou da mesma forma em 2013. O primeiro contrato data de 2005.

Os pagamentos foram feitos de 2006 a 2009, período em que a Casa teve como presidentes os emedebistas Renan Calheiros, Garibaldi Alves e José Sarney, bem como o petista Tião Vianna. Com a nova etapa que se inicia, não há previsão para que o superfaturamento apontado seja julgado.

Ex-senador pelo MDB, Vital do Rego é irmão do deputado federal Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), que recentemente foi convidado por Efraim Morais a se filiar ao DEM. Vital do Rego foi acompanhado pelos ministros Bruno Dantas, Augusto Nardes, Walton Alencar Rodrigues e Aroldo Cedraz.

“Eu ouvi com muita atenção o voto do ministro revisor, Vital do Rego, e fiquei muito preocupado com a quantidade de falhas neste processo. A impressão que se viu foi como um paciente que morre no centro cirúrgico e enfermeiro não é chamado a dar explicações, o médico não é chamado, e condena-se o diretor do hospital”, disse o ministro Bruno Dantas.

O voto do relator, André de Carvalho, foi pela reprovação da conta de Agaciel Maia e Efraim Morais, aplicação de multas, devolução de recursos e perda de função pública – Maia hoje é deputado distrital em Brasília. Para Carvalho, é clara a responsabilidade dos dois políticos e não era necessário incluir outros gestores como investigados. “Voltar o processo a estaca zero para chamar parecerista é no mínimo estranho”, disse. Ele foi seguido pelos ministros Benjamin Zymler e Ana Arraes.