Política

TCu não abrirá investigação pata apurar denúncias contra Tiago cedraz

TCu não abrirá investigação pata apurar denúncias contra Tiago cedraz TCu não abrirá investigação pata apurar denúncias contra Tiago cedraz TCu não abrirá investigação pata apurar denúncias contra Tiago cedraz TCu não abrirá investigação pata apurar denúncias contra Tiago cedraz

Brasília – O Tribunal de Contas da União (TCU) não abrirá investigação interna para apurar denúncias de tráfico de influência e corrupção envolvendo o advogado Tiago Cedraz – filho do presidente do órgão, Aroldo Cedraz – e o ministro Raimundo Carreiro. O próprio Carreiro, que é o corregedor da corte, declarou ontem que as informações sobre o caso, divulgadas na imprensa, não são suficientes para instaurar um processo. “Vou abrir com base em quê?”, questionou.

Tiago e Carreiro foram citados em depoimentos do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, um dos delatores da Operação Lava Jato. O empreiteiro sustentou ter pago R$ 1 milhão para que processo de interesse da construtora, relacionado a obras na Usina de Angra 3, fluísse no tribunal.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Pessoa disse que o dinheiro foi solicitado pelo advogado, que deixou “antever” que seria repassado a Carreiro, relator de casos de Angra 3 na corte. A investigação corre no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da suspeita, ainda em apuração, lançada sobre o ministro (que tem foro privilegiado). Na terça-feira, a Polícia Federal fez buscas no escritório de Tiago à procura de mais provas. O ministro e o advogado negam.

Na hipótese de um processo na corregedoria, Carreiro teria de designar um colega para cuidar do assunto. Caso contrário, investigaria a si mesmo. Ele justificou ontem que o ministro Teori Zavascki, do STF, lhe negou acesso à delação e, sem o conteúdo, fica difícil iniciar apuração. O ministro disse que cabe a Tiago e ao empreiteiro explicarem qual é o seu grau de envolvimento, uma vez que, na delação, seu nome é citado numa conversa entre os dois.

Para auditores e outros técnicos da corte, as denúncias têm um impacto devastador na imagem do tribunal e o enfraquecem num contexto em que avalia as contas da presidente Dilma Rousseff. Em conversas reservadas, ministros cogitaram um afastamento temporário do presidente ou mesmo que ele tire férias enquanto o caso está em apuração. Na quarta-feira, Cedraz convocou os colegas de plenário para uma reunião. Afirmou que não tem relação com as atividades do filho e que não teve ingerência sobre nenhum processo do escritório dele.

Um dos problemas do afastamento é que assumiria o vice-presidente, Carreiro, citado na delação. Na linha sucessória, viria em seguida o decano da corte, ministro Walton Alencar, alvo de processo na corregedoria que apura suposta troca de favores entre ele e a ex-ministra Erenice Guerra.