Política

TCU quer discutir papel de conselho em Pasadena

TCU quer discutir papel de conselho em Pasadena TCU quer discutir papel de conselho em Pasadena TCU quer discutir papel de conselho em Pasadena TCU quer discutir papel de conselho em Pasadena

Brasília – O Tribunal de Contas da União vai avaliar proposta de responsabilização da presidente Dilma Rousseff e de outros ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobras no prejuízo de US$ 792 milhões pela compra da refinaria de Pasadena (EUA), iniciada em 2006. O ministro André Luís de Carvalho formalizou, em documento a ser distribuído aos demais colegas de corte, proposta para que o papel do conselho seja julgado em plenário.

Ao Estado, o ministro justificou que, se houve culpa de ex-diretores da companhia, alvos de um processo no tribunal e de bloqueio de bens, ela também é aplicável a membros do conselho. “Estou usando o mesmo argumento que eles (os demais ministros) usaram para incluir a diretoria. Se o conselho aprovou a compra daquela monta, com aquele prejuízo, examinando um resumo de duas páginas, ele foi negligente, é claro”, disse. No documento, o ministro sugere também que a Petrobrás envie eventuais vídeos e áudios das reuniões do conselho, além de entrevistas com funcionários que presenciaram esses encontros. Questionada sobre a existência de gravações, a estatal não se pronunciou até a conclusão desta edição.

O TCU apontou em julho de 2014 prejuízo de US$ 792 milhões em Pasadena. A corte decidiu que 14 ex-dirigentes da Petrobrás responderão a um processo que visa a confirmar responsabilidades por danos ao erário – dez deles tiveram bens bloqueados. O tribunal não incluiu ex-conselheiros entre os implicados, aceitando o argumento de que deram aval ao negócio sem conhecer cláusulas prejudiciais.

Parte dos ministros considera uma mudança de posição. O cenário mudou com a Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras. Os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró responsabilizaram o conselho e classificaram como “erro” excluir o conselho de responsabilidade. Costa, delator da Lava Jato, disse que recebeu US$ 1,5 milhão para não se opor à compra da refinaria.

Em 2006, Dilma era ministra da Casa Civil e presidente do colegiado quando a Petrobrás aprovou a compra de parte da refinaria. Em março do ano passado, Dilma afirmou que só votou a favor da compra porque se baseou num parecer “falho”, do então diretor Internacional Nestor Cerveró. Além de Dilma, empresários e ex-ministros também integravam o conselho. Eles também usam a mesma justificativa da presidente. A proposta de Carvalho será enviada à área técnica do TCU, a quem cabe elaborar parecer sobre o caso. O tribunal discutirá se abre um processo novo ou se inclui a investigação em um processo já existente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.