Política

Temer ainda está no Palácio do Jaburu

Temer ainda está no Palácio do Jaburu Temer ainda está no Palácio do Jaburu Temer ainda está no Palácio do Jaburu Temer ainda está no Palácio do Jaburu

Brasília – O presidente em exercício, Michel Temer, ainda está no Palácio do Jaburu, sua residência oficial, mas a previsão inicial é de que ele vá para o seu gabinete no Palácio do Planalto para se reunir com seus principais ministros e guardar a votação pelo plenário do Senado que definirá se a presidente afastada Dilma Rousseff deixará mesmo definitivamente o cargo.

A terça-feira, 30, foi de monitoramento e conversa com os aliados para assegurar o cumprimento da planilha de votos, que o governo assegura que é favorável a Temer. “Concluídas as manifestações dos Senhores Senadores, meu placar permanece o mesmo: 60 / 61 votos pelo sim. Salve a democracia!”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, pelas redes sociais, na manhã desta quarta-feira.

O Planalto comemorava, na noite de terça, a decisão da bancada de três senadores do Maranhão que sinalizou que votará a favor do impeachment de Dilma.

O governo continua sem contar e sem saber, exatamente, se o presidente do Senado, Renan Calheiros, vai votar a favor do impeachment, ou vai se manter na “posição de magistrado”. Como Renan é imprevisível, só resta aguardar, embora Temer e Renan tenham se encontrado pessoalmente na terça e se falado várias outras vezes, o que deverá se repetir quarta.

Os dois têm discutido também o rito da posse que será rápido e sem pompas. O governo sabe, no entanto, que antes do processo de votação se iniciar, os petistas e aliados de Dilma podem usar de vários artifícios para atrasar o início da votação e eles esperam que o presidente do STF esteja atento a estas manobras.

No Planalto, está tudo preparado para que Temer assuma definitivamente o cargo, vá ao Congresso com seus ministros tomar possa, volte para comandar a sua primeira reunião ministerial como efetivo e ali dê o seu primeiro recado já no cargo , grave seu pronunciamento que irá ao ar e cadeia de rádio e TV à noite, e embarque para a China para participar a reunião do G-20.

Na Base Aérea de Brasília, Temer transmitirá o cargo de presidente da República ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que, em seguida, deverá ir para o Planalto despachar. A cerimônia de posse na base aérea, no entanto, repetindo praxe iniciada no governo petista, será sem a presença da imprensa.

Nos governo anteriores, a imprensa podia registrar o embarque do presidente para o exterior e o aperto de mão protocolar de transmissão do cargo.

André Moura

Focado no processo de impeachment de Dilma, o Planalto relegou a segundo plano as declarações do deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo de Michel Temer na Câmara, que, em um comício de sua mulher, Lara Moura, que é candidata a prefeita em Japaratuba, em Sergipe, disse que é o “único cara de Sergipe” que vai distribuir no Estado 4 mil casas populares que estariam previstas num programa de moradia do presidente interino.

Um ministro consultado pelo jornal O Estado de S. Paulo minimizou as declarações de Moura e descartou qualquer possibilidade de ele poder deixar o cargo de líder, por conta disso.

Andre Moura foi indicado, em maio, para liderança do governo pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando Temer assumiu interinamente a Presidência, depois do afastamento de Dilma Rousseff. Ainda em seu discurso, André Moura declarou que a distribuição das casas no Estado será uma atribuição exclusiva dele, e não do Executivo.