Política

Temer quer lançar programa 'Crescer' com foco no investimento privado

Temer quer lançar programa ‘Crescer’ com foco no investimento privado Temer quer lançar programa ‘Crescer’ com foco no investimento privado Temer quer lançar programa ‘Crescer’ com foco no investimento privado Temer quer lançar programa ‘Crescer’ com foco no investimento privado

Brasília – Com o afastamento iminente nesta quinta-feira, 12, da presidente Dilma Rousseff do cargo pelo Senado Federal, o vice-presidente, Michel Temer, vai lançar o Crescer, o Programa de Crescimento e Geração de Emprego e Renda. Temer quer fazer do programa a marca do seu governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi da gestão petista. No entanto, o programa de Temer promete dar estímulo aos investimentos privados por meio de concessões, parcerias público-privadas, além de privatizações.

O Crescer ficará diretamente ligado à Presidência da República. Segundo apurou a reportagem, o ex-ministro Moreira Franco será o secretário executivo do programa, mas não terá status de ministro como inicialmente estava previsto no desenho da equipe de governo. A decisão foi tomada a partir da estratégia do PMDB de reduzir o número de ministérios na Esplanada, depois das críticas de que iria repetir o mesmo modelo de loteamento dos cargos da presidente Dilma para garantir o apoio dos partidos nas votações do Congresso.

Diferença

O desenho do Crescer difere do modelo do PAC porque vai priorizar, segundo aliados do vice, o emprego. Ou seja, a importância da concessão de cada obra estará atrelada ao número de vagas formais de trabalho que o empreendimento for gerar. O eventual governo pretende fazer uma campanha para atrair os investidores estrangeiros considerados fundamentais neste momento em que as maiores construtoras brasileiras estão envolvidas na Lava Jato.

A equipe do vice já mapeou com os empresários quais concessões despertam mais interesse. Não descartam mudança nas regras dos leilões que vêm sendo estruturados pela equipe da presidente, como o dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.

Criado em 2007 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC foi uma tentativa da gestão petista de aumentar os investimentos, com o apoio do setor público, para garantir um crescimento mais rápido da economia, o que poderia ajudar nas contas públicas. Desde o ano passado, o PAC está comprometido por causa da frustração de arrecadação, que exigiu cortes nos investimentos. A ideia da equipe de Temer é aproveitar apenas os empreendimentos que são atrativos à iniciativa privada em uma nova roupagem, mas sem a marca do PAC. “O Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura”, diz o documento A Travessia Social, da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB.

O governo Dilma sempre foi criticado pela forma como tratou as concessões, principalmente, por estabelecer regras que espantaram investidores e travaram os leilões. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Moreira Franco afirmou que, caso Temer assuma a Presidência, será modificado o modelo pelo qual há fixação de taxas de retorno dos investimentos feitos pelas empresas. A regra, sempre criticada e associada a um excesso de intervencionismo do governo no setor privado, fixa qual deve ser o lucro máximo para investimentos adicionais feitos nos empreendimentos.

“Ainda não tive condição de definir a remodelagem, mas certamente não terá esse tipo de equívoco”, afirmou Moreira. Para ele, as regras devem ser mais claras e transparentes, condição necessária para o sucesso dos leilões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.C