
O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (PP), enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para solicitar que ele reconsidere a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
O chefe do Executivo estadunidense anunciou a taxação, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, na última quarta-feira (9) sob argumento de que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) “censuram” as redes e inibem a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA.
No documento destinado à Casa Branca, Ferraço alega que a “a medida ameaça uma parceria comercial duradoura e próspera que beneficia ambas as nossas nações”.
Em relação ao município do Sul do Espírito Santo, “berço do renomado cantor
Roberto Carlos e do célebre escritor Rubem Braga”, o prefeito diz que trata-se, também, do “coração da indústria de rochas ornamentais do Brasil”, abrigando cerca de 600 empresas “dedicadas à extração e ao beneficiamento de mármore e granito”.
“A estabilidade de milhares de empregos e centenas de negócios está em jogo. A incerteza gerada por esta proposta já causa grande apreensão”, argumenta.
VEJA A CARTA DE THEODORICO:
Segundo Ferraço, as pedreiras e fábricas geram mais de 6.500 empregos diretos e inúmeras oportunidades de emprego indireto e, por isso, a economia capixaba seria extremamente impactada.
A imposição de uma tarifa desta magnitude teria consequências econômicas devastadoras e imediatas para nossa cidade. Contudo, acreditamos que o impacto negativo não seria unilateral.
Considerando que o tarifaço resultaria também em um aumento nos custos do setor de construção civil nos EUA, afetando diretamente os consumidores e empresas do país, Ferraço pede que Trump reconsidere a decisão.
“A interrupção de uma cadeia de suprimentos tão consolidada arrisca desestabilizar um mercado que foi construído sobre décadas de confiança e cooperação mútua”, defende o prefeito.
Sendo assim, e compreendendo que cada nação tem “a soberania em determinar suas
políticas comerciais”, o líder de Cachoeiro se coloca à disposição para dialogar com o presidente dos EUA.
“Acreditamos firmemente que o diálogo construtivo pode levar a soluções mutuamente benéficas, preservando os laços econômicos e humanos que unem nossos povos, em vez de recorrer a medidas que podem prejudicar ambos os lados”.
Para isso, Ferraço sugere uma audiência entre Trump – ou representantes do governo trumpista -, e uma delegação de líderes empresariais de Cachoeiro de Itapemirim.