Política

Tudo indica que teremos uma grande confusão, diz Mendes, sobre doações privadas

Tudo indica que teremos uma grande confusão, diz Mendes, sobre doações privadas Tudo indica que teremos uma grande confusão, diz Mendes, sobre doações privadas Tudo indica que teremos uma grande confusão, diz Mendes, sobre doações privadas Tudo indica que teremos uma grande confusão, diz Mendes, sobre doações privadas

Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes reafirmou sua posição contrária à proibição de financiamento empresarial de campanha e disse que o assunto ainda vai gerar “uma grande confusão”. “Com essa fórmula a gente vai montar talvez o maior laranjal. Nós estamos ganhando várias Copas do Mundo: estamos ganhando a copa do mundo de corrupção, perdemos a Copa do Mundo verdadeira, e também estamos ganhando a Copa do Mundo de laranjas, nesse sentido mais negativo”, disse.

O ministro ponderou que a decisão da presidente Dilma Rousseff em vetar o financiamento empresarial de campanha “é normal” já que houve uma decisão da Justiça em relação ao tema. “Se o Supremo sinalizou que a doação privada de empresas é inconstitucional, então a presidente fez a avaliação que poderia fazer. A sua assessoria só poderia chegar a essa conclusão.”

Mendes afirmou ainda que a “pouca capacidade” de que dispõe a Justiça Eleitoral em fiscalizar vai agravar ainda mais o problema. “Um serviço de avião, um carro emprestado, a rigor é uma doação, como fiscalizar tudo isso?”, questionou. “Nós estamos apelando de novo para o simbólico e isso não vai ser positivo.”

O ministro comentou a iniciativa dos parlamentares, que estudam apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir a doação de empresas a campanhas políticas. Segundo ele, não há um controle preventivo de constitucionalidade e a PEC “pode ter sentido”. “Vamos ter que discutir a PEC”, disse. Questionado se esse tipo de medida pode criar uma guerra de poderes, Mendes afirmou que sim. “Pode ocorrer, nós já tivemos alguns casos. Aí tem a discussão sobre se a matéria é cláusula pétrea ou não”, disse.

Ao criticar novamente a decisão do Supremo em relação ao financiamento de campanha, Mendes disse que não se pode declarar inconstitucional um modelo apenas por “não gostar dele”. “É preciso respeitar um pouco a inteligência das pessoas”, afirmou, destacando que o Supremo precisa de vez em quando calçar “as sandálias da humildade”. “Não quero ser futurólogo, mas tudo indica que vamos ter uma grande confusão.”

Mendes conversou na manhã desta quarta-feira, 30, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Congresso. Segundo ele, o tema das conversas foi Código de Processo Civil. “Estou conversando sobre o CPC, a questão da admissibilidade uma vez que a Câmara deve votar daqui a pouco essa matéria e a gente precisa saber dessa matéria no âmbito também do Senado para que haja um encaminhamento uma vez que o CPC novo entra em vigor em março do ano que vem.”