Política

Um pessoal 'sem escrúpulos' comanda ao País, diz Jarbas Vasconcelos

Um pessoal ‘sem escrúpulos’ comanda ao País, diz Jarbas Vasconcelos Um pessoal ‘sem escrúpulos’ comanda ao País, diz Jarbas Vasconcelos Um pessoal ‘sem escrúpulos’ comanda ao País, diz Jarbas Vasconcelos Um pessoal ‘sem escrúpulos’ comanda ao País, diz Jarbas Vasconcelos

Brasília – O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) se reuniu por cerca de meia hora com o vice-presidente Michel Temer, nesta quarta-feira, 4, para discutir uma eventual gestão do peemedebista na Presidência da República. Jarbas se colocou “à disposição” do vice, mas afirmou que não pediu nenhum cargo ministerial, o que foi avaliado como uma “exceção” por Temer, de acordo com o deputado. O vice vem sendo pressionado por parlamentares da sigla e de aliados que apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que querem conquistar mais espaço na nova gestão. Jarbas também falou em nome do vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, cotado para Educação.

O deputado fez críticas ao governo, afirmando que “um pessoal sem escrúpulos comanda ao País”, e demonstrou preocupação com a troca de poder, caso Dilma seja afastada pelo Senado, na semana que vem. “Quando imagino assumir um cargo sem um mínimo de transição, eu fico me perguntando onde é que a gente vive, onde é que a gente está”, declarou. Na conversa, o deputado fez uma comparação de Temer com o governo de Itamar Franco, afirmando que “esta será uma travessia muito mais longa” e que não há mais lideranças fortes como na época do afastamento do ex-presidente Fernando Collor para ajudar o processo. “Hoje o quadro é pobre”, opinou.

“O País está no fundo do poço, está desmoralizado, está quebrado, não vai ter uma transição, de saber como vai assumir, com um governo que fez o que fez no final de semana, de fazer coisas extravagantes de aumento disso e daquilo, com mudanças no orçamento. São cínicos. Falei para ele que essa travessia será grande e que a gente não pode errar”, contou Jarbas. Sobre eventuais mudanças nos ministérios, Temer sinalizou que deve aguardar um período de três meses na presidência para enxugar ou não o número de cargos. “Eu não quero cometer um equívoco de extinguir uma coisa e depois ter que enxertar de algum lugar. Como eu vou assumir provisoriamente, vou aproveitar para ver isso e depois as pessoas terem o direito de me cobrar”, teria dito o vice ao deputado.

Na reunião, Jarbas não poupou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com críticas, mas Temer voltou a sinalizar que não quer se envolver com assuntos do Legislativo e do Judiciário. “Cunha é uma figura deletéria com um comportamento torpe”, declarou Jarbas. “Demonstrei meu desconforto (com Cunha). Ele é uma figura menor, que depõe contra a Câmara. E quando perguntam do por que não Renan, (digo) o Renan não é réu ainda, Cunha já é réu. Vamos ver se o Supremo Tribunal Federal (STF) faz o que a Câmara não quer fazer. O Supremo às vezes interfere desnecessariamente no Legislativo, como fez em dezembro, mudando o rito do impeachment. Quando é na hora de fazer, agora tirar Cunha pela gola, afastá-lo, não faz”, criticou.