
O governo do Estado e a Prefeitura de Colatina estão caminhando para uma aproximação institucional e política. Em entrevista exclusiva para a coluna De Olho no Poder, o governador Renato Casagrande (PSB) disse que tem muitos investimentos para Colatina e que quer aprofundar a relação com o prefeito.
“Temos uma boa relação com o Renzo e nós vamos aprofundar a relação com ele. Temos muitos investimentos em Colatina”, disse o governador sobre o prefeito Renzo Vasconcelos (PSD).
A entrevista ocorreu na segunda-feira (1º) após o governador palestrar no evento Buy ES – promovido pela Apex em parceria com a Rede Vitória – tendo Renzo na plateia.
Conforme a coluna De Olho no Poder noticiou com exclusividade ontem, Renzo foi convidado pelo governador para participar do evento, após ter almoçado com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB).
Durante o encontro, Ricardo teria tratado sobre uma possível aliança com o PSD visando às eleições do ano que vem. O vice é pré-candidato ao Palácio Anchieta e o PSD, hoje, não integra a base aliada do governo.
Vídeo deu início a afastamento
O distanciamento entre eles – entre Casagrande e Renzo, que também respinga na relação entre o governo do Estado e a Prefeitura de Colatina – iniciou na eleição municipal de 2024, quando o governador entrou na campanha.
Casagrande estava neutro na disputa em Colatina, mas, nos últimos dias de campanha, gravou um vídeo em apoio ao prefeito Guerino Balestrassi (MDB), que tentava a reeleição – e acabou perdendo a prefeitura para Renzo.
A manifestação do governador gerou um mal-estar com o prefeito, mas a relação seguiu de forma institucional. Até que em maio deste ano, o PSD – comandado por Renzo no Estado – passou a abrigar o ex-governador Paulo Hartung.
Somado a isso, a legenda caminha bastante próxima ao Republicanos do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, que também é pré-candidato ao governo do Estado e um dos principais opositores ao Palácio Anchieta hoje.
Embora Renzo nunca tenha dito, publicamente, ser oposição ao governo do Estado, essas movimentações acabaram reposicionando o PSD no tabuleiro político.
Mas, com o processo eleitoral batendo à porta, as peças do tabuleiro começam a se movimentar.
O PSD é um partido de médio porte e em ascensão. Conta com 46 deputados federais e tem atraído muitas lideranças políticas país afora.
Além da filiação de Hartung, também filiou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Também tem, em seus quadros, ao menos, dois presidenciáveis: Eduardo Leite e Ratinho Júnior, governador do Paraná.
“Não é oposição”
Questionado se considerava o prefeito de Colatina opositor ao seu governo, Casagrande disse que não. “Não, não. Não é oposição. Temos uma boa relação com o Renzo”.
O governador também disse que tem conversado com o prefeito sobre investimentos no município e garantiu a continuidade. “Temos muitos investimentos em Colatina: a Terceira Ponte, o hospital novo… São diversos investimentos estratégicos, importantes, fortes que temos lá e vamos manter”.
Sobre uma aliança com o PSD, Casagrande desconversou: “É relação institucional com o Renzo, não é com o PSD, não”.
Conforme noticiou a coluna ontem, já está pré-agendada uma reunião entre Renzo e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para tratar do rumo do partido capixaba. Até o final do mês, o partido deve ter uma direção.
Em tempo: Ontem, após deixar o evento empresarial em que compartilhou da mesma mesa com o governador e com o vice, Renzo publicou em suas redes sociais uma postagem sobre um encontro anterior com o prefeito Pazolini e o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso.

“Comecei a semana na nossa Capital, onde tive uma conversa muito produtiva com o prefeito Lorenzo Pazolini e o ex-presidente da Assembleia Erick Musso. Em pauta, intercâmbio de tecnologia e projetos de videomonitoramento e apps de mobilidade para a nossa cidade”.
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