Sérgio Borges quando ainda era conselheiro do Tribunal de Contas/ crédito: Ascom-TCES
Sérgio Borges quando ainda era conselheiro do Tribunal de Contas/ crédito: Ascom-TCES

Numa eleição em chapa única e que contou com a adesão de grupos adversários, o MDB de Vitória elegeu sua nova Executiva municipal. O ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Sérgio Borges – que já comandava a legenda, mas de forma provisória – foi eleito presidente para os próximos dois anos.

A eleição ocorreu na última quinta-feira (15) e durou três horas – das 18h às 21h –, na sede do partido, que fica na Enseada do Suá. Sérgio chamou o primo, Renato Borges, para ser seu vice-presidente e atendeu ao pedido do ex-deputado e ex-presidente da sigla Lelo Coimbra, para ser delegado do MDB – representante dos filiados na esfera estadual.

A Executiva municipal do MDB de Vitória ficou assim:

  • Presidente: Sérgio Borges
  • Vice-presidente: Renato Borges
  • Secretário-geral: Chico Donato
  • Tesoureiro: Zé Maria Pimenta

Segundo o presidente, a construção da chapa foi em consenso e reflete um novo momento do partido – que, num passado recente, esteve envolvido em brigas, disputas internas e ações na Justiça. “Fiz uma chapa chamando todo mundo, a gente precisa de união no MDB e todos ouviram meu apelo. Fizemos uma versão bonita, teve uma boa adesão e agora é trabalhar”, disse Borges.

MDB de Vitória elegeu sua nova Executiva

Projetos

Antes de ser indicado para uma cadeira de conselheiro no Tribunal de Contas – onde permaneceu de 2013 a 2024, saindo por ocasião de sua aposentadoria compulsória ao completar 75 anos –, Borges foi deputado estadual por quase quatro mandatos (15 anos).

Presidiu a Comissão de Finanças da Ales por oito anos e foi líder do governo na Casa tanto do ex-governador Paulo Hartung, quanto do governador Renato Casagrande (PSB).

Para o ano que vem, Borges tem alguns projetos: ele já está comprometido em apoiar o presidente estadual do MDB, o vice-governador Ricardo Ferraço, ao governo do Estado e também já fechou aliança com Casagrande para o Senado.

“O nosso candidato é Ricardo Ferraço, nós estamos juntos. Eleger Casagrande ao Senado também é nossa prioridade”, afirmou Borges.

Mas o dirigente partidário também tem intenção de voltar à Assembleia. “Pretendo ser candidato a deputado estadual, eu já sou pré-candidato. Penso que ser deputado estadual é estar mais perto da população do Estado. Presidi a Cesan, a Telest, o Bandes. Quero colocar minha experiência a serviço de quem mais precisa”, afirmou.

Se for eleito deputado, Borges pretende entregar o comando do partido em 2027. “Minha pretensão é não ser candidato mais a presidente do partido, se Deus me abençoar e eu virar deputado”.

Estando ou não na presidência do MDB da Capital, o ex-deputado tem uma meta ousada para a eleição de 2028: quer triplicar o número de vereadores na Câmara de Vitória. Hoje, o partido ocupa apenas uma cadeira com o vereador João Flávio.

“Vamos fortalecer o partido nesses dois anos. O MDB tinha zero vereador e agora tem um, o João Flávio. Nossa meta para 2028 é eleger de um a três vereadores, manter o que temos e subir”, disse Borges.

Federação

Sérgio Borges disse ser a favor da federação que está sendo discutida pelas cúpulas nacionais do MDB e do Republicanos. Ele crê que a junção será boa para o partido. Mas, ele faz uma ressalva: quer que o comando da federação no Estado fique com o MDB.

“Estamos aguardando a decisão do diretório nacional. Acho essa federação fortíssima, eu sou a favor, porque todo mundo está federando. Agora, vai precisar de uma adaptação. Achamos que o comando deve ficar com Ricardo e, dependendo do que acontecer, posso até me declarar contra. Mas, primeiro, preciso conhecer qual é o acordo”, avaliou.

Não há uma regra específica sobre a divisão do comando da federação nos estados, normalmente esse ponto é acordado entre os dirigentes. Na federação União Progressista, que vai unir União Brasil e o PP, o critério acertado foi o tamanho da bancada federal, ou seja, o comando fica com o partido que tem o maior número de deputados federais.

Se esse mesmo critério for adotado para a federação MDB-Republicanos – caso vingue –, o comando no Espírito Santo deve ficar com o Republicanos, que tem dois deputados federais (Amaro Neto e Messias Donato). O MDB não tem nenhum.

Convenção estadual

Borges afirmou que em julho deve ocorrer a convenção estadual do MDB para eleger o presidente estadual do partido. Hoje, o presidente provisório é Ricardo Ferraço, que assumiu a legenda em 2023 para pacificá-la e ressuscitá-la, após um longo período também de disputas internas, enfraquecimento e esvaziamento da sigla.

Segundo o ex-deputado, a ideia é que Ricardo também seja eleito numa chapa de consenso. Porém, embora não tenha se pronunciado ainda sobre o assunto, a continuidade do vice-governador na legenda depende daquilo que for decidido a respeito da federação.

Conforme a coluna já noticiou, Ricardo prefere aguardar o desfecho das negociações para poder se posicionar. É o que muitos líderes estão decidindo fazer.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.