Política

Votação da urgência de projeto que criminaliza aborto durou cinco segundos na Câmara

Com a urgência aprovada, a matéria é analisada diretamente no plenário, sem precisar passar antes por discussões em comissões temáticas da Câmara

Votação da urgência de projeto que criminaliza aborto durou cinco segundos na Câmara Votação da urgência de projeto que criminaliza aborto durou cinco segundos na Câmara Votação da urgência de projeto que criminaliza aborto durou cinco segundos na Câmara Votação da urgência de projeto que criminaliza aborto durou cinco segundos na Câmara
Foto: Reprodução/câmara dos Deputados

A aprovação da urgência do projeto de lei que equipara ao crime de homicídio o aborto realizado após 22 semanas de gestação durou apenas cinco segundos na Câmara dos Deputados

Durante a abertura da deliberação, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não disse qual era o número e a ementa do requerimento que foi apreciado, de forma simbólica.

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Após a aprovação do projeto de lei, alguns parlamentares sequer perceberam o que estava sendo definido. A celeridade gerou reclamações do PSOL e do PCdoB, que são contrários à iniciativa. De acordo com Lira, a urgência foi votada de forma simbólica após um acordo dos líderes partidários da base governista e da oposição.

Com a urgência aprovada, a matéria é analisada diretamente no plenário, sem precisar passar antes por discussões em comissões temáticas da Câmara.

A expectativa do autor da proposta, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e do presidente da FPE, Eli Borges (PL-TO), é que o mérito seja votado na semana que vem. Contudo, ainda há indefinição quanto à data. 

O governo negocia por uma alteração no texto, por considerá-lo muito duro e aponta que o acordo seria só para a urgência.

Caso a matéria seja aprovada pela Câmara, o aborto nos casos em que a gestação ultrapassar 22 semanas e houver viabilidade do feto passa a ser homicídio simples. 

O Código Penal determina atualmente prisão de um a três anos para quem realiza aborto fora dos casos previstos em lei. Para homicídio simples, a pena é de seis a 20 anos de reclusão.

Outra votação rápida e simbólica que aconteceu nesta quarta foi a do requerimento de urgência ao projeto de lei que impede a homologação judicial de delações premiadas de quem estiver preso.

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A apreciação durou apenas oito segundos e gerou protestos do Novo, PSOL, Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT, PCdoB e o PV e o PSB. As siglas reclamaram que não tiveram tempo de registrar as orientações contrárias no plenário.