Política

Votar HC antes de ações provoca instabilidade jurídica, dizem deputados

Votar HC antes de ações provoca instabilidade jurídica, dizem deputados Votar HC antes de ações provoca instabilidade jurídica, dizem deputados Votar HC antes de ações provoca instabilidade jurídica, dizem deputados Votar HC antes de ações provoca instabilidade jurídica, dizem deputados

Com o voto da ministra Rosa Weber e a iminência de um placar desfavorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deputados criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em votar primeiro o habeas corpus e não as duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs). Para os parlamentares, ao abrir caminho para a prisão do petista, o STF sofrerá mais pressão para votar logo as ADCs, criando assim um clima de instabilidade jurídica maior no País.

Embora defenda a punição do ex-presidente da República, o líder do DEM, Rodrigo Garcia (SP) disse que o resultado causa uma “insegurança jurídica total”, com chances de Lula ser preso e, na sequência, solto. Garcia avaliou que a ministra do STF, Cármen Lúcia, errou em não pautar primeiro os ADCs impetrados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o PEN (Partido Ecológico Nacional), hoje Patriotas. “A angústia ainda persistirá”, previu Garcia.

O deputado Fernando Francischini (PSL-PR) defendeu a prisão de Lula, mas também considera que haverá maior pressão sobre o STF e, por consequência, instabilidade jurídica. “Olha que complicado o que pode acontecer”, comentou.

Francischini acredita que o juiz federal Sérgio Moro vai determinar que o ex-presidente comece a cumprir sua pena no Complexo Penitenciário de Pinhais, no Paraná, junto com o emedebista Eduardo Cunha e o ex-petista André Vargas, ambos parlamentares cassados. “Ele é um preso como qualquer outro preso da Lava Jato”, disse.

Durante o julgamento do pedido da defesa de Lula, Rosa Weber votou contra o HC, mas deixou claro que discorda da manutenção da prisão após condenação em segunda instância. “Ficamos preocupados porque também com essa posição de voto há a expectativa de que se possa mudar o entendimento na ADC e isso nos preocupa muito. Seria uma vitória parcial, momentânea e não resultaria naquilo que esperamos, que é a punibilidade”, observou o líder do PPS, Alex Manente (SP).

O deputado do PPS é autor da PEC que visa deixar claro na Constituição a possibilidade de prisão de réu condenado em segunda instância. A PEC aguarda tramitação nas comissões da Câmara. “Nós precisamos cumprir nosso papel, introduzir a emenda constitucional e fazer com que nossa PEC tenha um trâmite com celeridade e debater esse tema com toda a sociedade para não ficar à mercê dos entendimentos dos ministros. Isso nos preocupa”, completou Manente.

O deputado Daniel Coelho (PE), que trocou recentemente o PSDB pelo PPS, disse que o placar que se desenha no STF dá esperança ao País de que “a lei é para todos”. Se o STF revogar o entendimento geral sobre prisões após condenação em segunda instância, Coelho acredita que haverá reação das ruas. “Se isso acontecer, a reação da população é imprevisível. Será uma revolta sem tamanho. Lula é admirado por 1/3 da população, mas odiado por 2/3. Se ficar a impressão de privilégio, ou arrumadinho, o resto de respeito que o povo ainda tem as instituições acaba”, afirmou.